quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Novo ano.

Ano novo.
Terror velho e desamparado.
Coração desgastado, mas pronto para voltar a bater.
Quem será que vai tocá-lo?
Quem poderá amá-lo como amou um dia?
Perguntas na poesia.
Vociferadas, espalham-se no vento e somem.
Viram ar de alguém.
Um dia talvez voltem,
respondidas ou com mais pontos de interrogação.
Enquanto isso, vou vivendo.
A agonia terminará.
O branco purificará os malogros.
O véu branco que o amor traz.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Amor

se o amor pintar,
eu vou agarrar e prendê-lo aqui no peito.
para gritar direito que está aqui.

Esperança.

Vai chover.
Em algum lugar.
Vai chover.
No coração seco e desgastado.
Vai chover e encher o rio.
Chegarão peixes.
Nascerão flores ao redor.
E a grama ressecada e moritura brilhará com o verde da esperança.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Contra

Contra o tédio eu vou.
Parto rumo ao infinito.
Candelabro que acende e apaga.
O vulto que aparece.
Este monte de palavras não faz sentido.
Nem tudo faz sentido.
Nem nós.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Marche

Marche.
Pare.
Levante a arma e volte.
Marche.
Pare.
Atire para o céu.
Olhe.
Tudo o que sobe desce.
A regra pode valer quando for o contrário.




(Bem, platéia.. Provavelmente ficarei alguns dias sem postar. Ou não..
Enfim, é isso).

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Divagação...

A prece.
Algo que reste neste mundo cão.
Tristeza, eu não quero não.
Já basta!
Levanto esta espada e a impunho rumo ao norte.
Lá guiarei.
Serei viril, forte.
Batalharei contra cada ser.
Decapitarei os demônios.
Os meus demônios.
E no fim.
O grito será meu.
Eu prevalecerei.
O grito de vitória.
E o sangue derramado no campo evaporará,
carregado pelo vento.
Alento.
Uma flor escarlate ali exposta.
Brilha como se fosse estrela.
Guia.
Outras virão.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Devaneio...

Fale sobre algo que lhe incomoda.
Solte palavras ao vento.
Expulse os lamentos.
Corra.
Corra e pare!
Hirto, permaneça.
Observe o globo.
A vida.
Respire o ar e note que está um dia bonito.
Veja os pássaros.
Os demais animais que passam.
Os bichos-homem que pisam na terra.
A pegada.
O caminho.
Continue a trilhar o seu.
Descansar sim.
Desistir não.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Guerra

Balas ao redor.
Clarões de luz.
A cabeça, os olhos, esperando um movimento.
A guerra começou.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Acorde

Sonhos,
de valem os sonhos?
Que pesos eles carregam?
Que verdades eles escondem?
Sonhos,
só sonhos.
Realidades não concretizadas.
Realidades?
Aspirações.
Sonho ou pesadelo?
Desejo ou medo?
Tenho a impressão que é hora de acordar.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Apenas

Um pouco de calor humano.
Alguma piada que faça rir até chorar.
Um momento, uma fotografia pra guardar.
E lembrar que a vida não é difícil, apenas.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Ich bin..

Eu sou o irremediável.
A glória afundada na lama.
O caipira taciturno.
O sol escaldante.
A luz da madrugada.
A laranja madura na calçada.
Eu fui, eu serei, ainda sou.
Sou o jarro vazio,
A chuva sem frio.
O som opaco da dor.
Eu sou a dor.
O calor, eu fui, eu serei, eu sou.
Sou o sangue que escorre.
O rio que corre e desagua no mar.

Moeda

São frações de segundo.
O tempo que a moeda leva pra chegar à mão.
Um momento de decisão.
Sorte ou azar.
Este é o jogo.
Façam suas apostas.
Cara ou coroa?
Pobreza ou fortuna?
Os dois.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Espero

A luta diária.
Agruras.
Memórias da infância.
Voltar ou continuar?
Passo reto,
firme ao nada.
O nada que poderá volver tudo amanhã.
Ou não.
A flor da semente que plantaram pode obliterar.
Ocaso.
Acaso.
Sincero, espero o sol nascer.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Sincero

Antigo:

E se a saia da mãe não servisse para lhe esconder da vergonha?
Menino, queira sair.
Encontre o mundo aqui fora.
Sem demora, sem demora.
O trem há de partir.
Corra feito louco.
Não almeje algo pouco.
Pense grande, seja grande.
Que logo irá de convir.
Que desta vida só levamos a luta.
O que fica, menino do dente amarelo?
A marca indelével de pó, de risos, de suspiros.
A lembrança que algo muito veloz e sincero passou por aqui.

Seguro por quem?

Não me segure.
O chão seguro me apara.
Eu caminho só.
Rumo à próxima porta.
Doce ou travessura?

domingo, 14 de dezembro de 2008

Coragem!
Garra!
Luta!
O coração que pulsa e ninguém escuta.
Ojeriza dos sorrisos que maculam o bom senso.
Sinal dos tempos.
Fim dos tempos.
O show terminou sem aplausos da platéia que não veio.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Pequena prosa

Vez perdida notamos que não estamos em lugar algum, mas sabemos que estamos ali ou aqui, em fragmentos solitários e incompreensíveis. O ser humano se desmancha e se remonta de um jeito diferente, todos os dias.
Que partícula reagruparei hoje? Que sentimento soltarei no ar? Enlevo. Eflúvios e fadas dançando a sinfonia dos desacreditados. Bailam e soltam o pô no ar. Mágico. Quero a coragem para vencer. A espada e o escudo. A vitória, a glória, a fortuna, o sorriso que perdi ontem e que hoje me apareceu novamente no rosto.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Pensamento sobre o pensamento

Pensei em pensar um pensamento que ninguém pensou,
mas será que pensam em algum dia pensar?
Pensa que não sei que o lamento não cessou,
pensa, pensamento, pensa lento, penso horror.
Pense devagar, pensou em esperar?
Pensou em pensar, em parar de pensar? Em parar de sofrer e aguardar?
PENSOU QUE A VIDA É LONGA, mas tão curta.
Vida muda, vida?

Fröhlich

Alegrias renitentes.
Preciso delas.
Quem não precisa que atire a primeira pedra.

Mas não em mim.
Não acertará.
Hoje flutuo e misturo o meu ser com o ar.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Rocha

Rocha quebra com o impacto.
Inconsistente.
Até o mineral mais indestrutível é.
A questão, quiçá seja o ponto onde se bate.
Suposições.
Devaneios.
Nuvens.
Por que não podemos simplesmente voar?

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Fazer poesia

Fazer poesia é assim.
Um gracejo, um enlevo.
Um momento sublime, inesquecível.
Um pôr-do-sol indescritível.
Amar.
Mas não necessariamente ser amado.
Poesia, poesia, poesia.
Quem precisa?

Ninguém.

Anel

Esse anel de ouro no seu dedo não brilha.
É opaco como sua alma vadia.
Aos prepotentes desejo a morte mais sombria.
Condeno-os.
Aponto o caminho de volta.
Com meu dedo em riste, movo um exército de inconsequentes.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Eu sustento o ego.
Cego.
Eu sustento o ego cego.
Tu sustentas.
Ele sustenta.
Nós sustentamos.
Vós sustentais.
Eles sustentam.
Um conjugação de egoístas.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Sentença

A sentença recebemos todos os dias.
Cumprimos a pena pela califasia dos poderosos,
mentirosos,
conspurcados.
Nadando no lodo, no visco.

O sábio da montanha profetizou,
mas ninguém ouviu.
A terra se abrirá e haurirá os fracos, ignóbeis.

Um dia,
quem sabe dois,
o sol não irá se pôr no leste.
As polaridades inverterão e as cores esmaecerão.
O mundo preto e branco, mudo.

As lamúrias surdas serão palradas.
Os gritos de glória não poderão ser ouvidos.
A humanidade decadente, renitente em seu próprio erro,
se matará por um gracejo,
esperando por uma carta que não veio,
mas que o carteiro teima em dizer que chegou.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Sentimentos

À flor da pele,
carrego lamentos e logros.
Hoje foi dia de embainhar a espada e olhar para o céu.
A cor dele não mudou, como eu esperava.
Eu, por outro lado, cresci.
Os objetivos aumentaram.
Ainda chegarei no topo da montanha mais alta.
Nem que seja para quedar depois.

sábado, 6 de dezembro de 2008

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Correria

Não olhe para trás,
não olhe para trás!
Continue correndo!
As possíveis pedras que surgirão te farão pular ou quedar.

Se pular, poderá voar e não encostar mais no chão.
Cuidado.
Se quedar, escolha.
Cuidado.
Não demore.

Levante-se e lute.
Continue correndo.
Afinal depois do horizonte vem mais terra pra andar.
A luta nunca acaba.

Só a morte leva as memórias.
Mas mantém as glórias que ficamos de conquistar.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Ás

A rua deserta.
A mente deserta de intenções.
É o que os humanos precisam.
Caminho livre para quem quer andar com calma.
Os passos ouvidos serão os seus.
Olhe para o céu.
Aproveite o momento.
Sorria.
Pois sorriso perdido não volta.
Assim como o tempo.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Régua

Quanto mede um sorriso?
Uma tristeza?
Ponha o prato limpo na mesa.
Não deixe uma migalha, pois caso contrário eu te condenarei.
O suor derramado para conquistar o grão amado não se gasta de graça.
Não vou à praça e fico vendo as nuvens passarem.
Sou vento bravio.
O calor do sol.
Imensurável.
Nem conheço os limites de mim mesmo.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Sol

O vento baila enquanto cantam.
Alegria inconsequente dos que não levantam.
Em qual canto escuro o sol não brilhou hoje?
Em algum quarto quente e abafado.
O murmúrio solitário que ninguém pode ouvir.
O lamento, a dor da vitória que o guerreiro não teve.
Amanhã é novo dia.
Nova poesia pode surgir.
Quem sabe mais bela.
Singela, como esta aqui.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Não ouvi

Não ouvi mais pássaro algum.
Voaram todos para algum lugar distante.
Quiçá para o sul.
Mas olho o céu a cada instante.
Esperando o quê?
Não sei.
Sei só que algo está por vir.