sábado, 28 de dezembro de 2013

Carrega em teus ombros o mundo.
Abraça os teus sonhos,
Munida de um sorriso ou mais.
Infalível, caminha rumo ao infinito.
Lançando seu grito
Andando em busca da paz.

Onda

Desenhei o amanhã na parede branca.
É engraçado, ele não tem cor.
Só minha imaginação pode ver.
As horas não se definem.
Às vezes é o crepúsculo matutino,
às vezes o ocaso vespertino,
o descaso,
O silêncio.

Ontem pisei no campo das ilusões.
Senti o olor das flores.
Vi o dia passar junto com as nuvens carregadas pelo vento.

Quantas mudanças,
esperanças em vão.
esperanças se vão.
Como as ondas do mar.
Como o medo de amar.

No final das contas, por detrás de toda armadura há um coração.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Voltas

A ventania me mantém com vontade de caminhar.
Olho para o céu, 
temo apenas o sol,
o calor do amar.
Tantas estrelas e eu sem luz,
no palco,
na praça,
vibrando sem raça,
sem garra para continuar.
Renascer,
apagar e reescrever,
mesmo que em linhas tortas.
Mundo, por que tantas voltas?
Deixe que os meus pés trilhem o destino que o meu cenho apontar.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Abrigo

- Sabe, meu filho. Eu gosto da noite
- Por quê?
- Porque é quando eu durmo e esqueço que estou viva.

Com essas palavras ela terminou a conversa. Fiquei perdido em pensamentos. Como se a parte da terra em que piso se desgrudasse do solo e me levasse para longe. Engoli em seco e me pus na pele daquela senhora com olhos tão macambúzios e distantes. Não consegui, entretanto, decifrar pensamentos. Também não poderia, não possuo tal poder. Limitei-me a fazer um duelo com nossos silêncios.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Reconstrução

Ontem catei do lixo o passado, botei uma tela na parede, colei o que não estava quebrado. Pintei de qualquer cor. Não sei se da tonalidade do céu ou do amor. A vista turva, mas ao presente não se curva. Não deito os olhos, não obstante a modorra queira sentir o gosto da terra. Por horas eu tenho o coração em guerra, mas em momentos enfrento a calmaria de um mar sem ondas. Eu quero sair da ilha, construir a ponte para qualquer lugar. Reconstruir a minha casa no monte. Observar do alto a vida passar.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Remendo

Eu corri,
corri com o vento.
Deixei para trás o pensamento enevoado.
Os sonhos.
Livrei-me de mim mesmo.
Reconstruí-me de outras metades.
Hoje sou um ser de coração de pano,
remendado com diversos tipos de amor.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Essência

Se te dou uma flor,
guarde-a,
regue-a.
Não chore pela vida breve que ela carrega.
Porque nós também somos breves.
Num piscar, perdemos a infância.
Num esgar, a adolescência.
Na rotina, o resto de nossa essência.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Recriar

Há um abismo diante dos meus olhos. Não posso voar, porque desprovido de sonhos. Ando perdido na minha imaginação, errante no mundo que abocanha qualquer homem são. Eu sei que ainda tenho sangue pulsando em minhas veias, que ainda respiro e posso lutar, mas caminhar sozinho desgasta o solado dos pés e diminui o sorrir. Eu tenho de achar minhas esperanças. Soprar o pó da modorra. Reacreditar.

Opaco

Você definha desde que soltou o sol.
Deixou escapar tua luz,
o teu barco,
o teu farol.
Teus olhos não possuem o mesmo brilho.
Ao contrário, trazem a opacidade mais profunda.
Te estenderam a mão.
Tentaram te distanciar do lado escuro da lua.
Tu resolveste ficar.
Agora já há tanta neblina.
Os que caminham devem continuar.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Parfum

Tu viraste na esquina,
perdendo-se da minha vista.
Não acompanhei teus passos,
embora quisesse.

Hoje não sei do teu futuro.
Busco esquecer o passado,
sigo o meu caminho.

É bem verdade que às vezes desatino,
sonhando sonhos que não posso mais sonhar.
Abraçando perfumes que não são teus.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Ventania

Você beija a liberdade e salta para o mundo. Não quer amarras. Apenas busca o andar errante. Sem futuro, sem presente. Vivendo cada segundo. Derramando a vida com parcas paixões,
que não encherão seu coração, nem inebriarão sua alma.