domingo, 26 de abril de 2015

Vadio

Não me deixe partir.
Escreva comigo a história que há de vir.
Porque meu sorriso é tão belo contigo.
O abraço que me dá é o melhor abrigo.
Acalenta-me.
Afasta-me do frio.
Não sinto mais o meu coração vadio,
mendigando esperança e vivendo de lembrança em meio a suspiros.

Longe

Não gosto de viver nas sombras.
Procuro a luz.
Porque só o calor me mantém vivo.
Aquecendo meu coração.
Livrando-me do pensamento frio e degradante.
Não respiro só para ser um livro na estante.
Sou uma poesia escrita todos os dias.
Uma poesia sem ponto final.
Um texto às vezes vago, sem idéias.
Outras horas, viajante.
Se uma hora estou aqui.
No segundo instante estarei distante.
Lutando contra meus próprios dragões.
Engolindo as minhas próprias palavras.


Quebra-cabeça

Eu cai.
Quantas vezes não sei.
Eu perdi.
Incontáveis batalhas.
Hoje estou aqui.
Carregando as melhores cicatrizes.
E os mais trabalhados fragmentos.
Que não se encaixam.
Pois sou um incompleto.
E assim o serei até que a morte beije o meu cenho.

Talvez você nunca entenda.
Seu amor não é uma prenda,
é delírio.
É suspiro.
É como beijar o céu.
Saborear o mel.
Sonhar acordado.

Far beyond the sun

Pegue minha mão.
Não me deixe ir.
A próxima dança pode lhe trazer o brilho no olhar.
A paixão se foi.
Restou o fragmento que cada um carrega no peito.
Mas se há luz, há reflexo.
Soltemo-nos das sombras e procuremos a luz.