sexta-feira, 31 de julho de 2015

Senão

Desanima não.
Cerra as mãos.
Segura a areia do chão.
Levanta teu cenho.
Vibra junto com o coração.
Porque tua alma é leve.
A vida é breve.
Não vamos morrer por um senão.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Querubim

Quanta angústia em meu peito,
nem sei direito mais o que é ser sonhador.
Eu beijo a dor e a poesia.
Enregelo meu corpo na água fria.
Perco o calor.

E a vida vai passando.
As datas vão voando.
Mas eu não vôo,
esqueci.

Não importa quantas estrelas tenha,
o céu não me inspira o porvir.
E nem música alguma me tira de mim.

Quem dera viesse uma chuva lavar esta alma.
Trazer de novo a calma.
Deixar-me livre como um querubim.

terça-feira, 21 de julho de 2015

O que dizer?

O que dizer a deus?
O que dizer, adeus?
Quando a mente não funciona,
o coração sangra,
os olhos não se enebriam mais,
deixam o ser humano incapaz.

Enquanto o silêncio não diz nada,
vara o homem por madrugadas em busca da paz.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Vira a esquina

Há um vácuo onde antes existia o coração.
Terra deserta.
Não sobrou nem oração.
Os passos dados se perderam em outra direção.
Hoje não se escuta a música e a poesia que por tantas vezes iluminou este cantão.
Será que o tempo vai ocultar este momento? Sarando a dor desta canção?
Virá um frio ou uma brisa leve, acalmando este senão?

- Aquieta o peito, menino.
Vira a esquina.
Não aceita a sina de sofredor.
Não se deixe morrer por amor.
Não perca a cor.
Pinte outra folha em branco,
com esperança e pranto.
Plante uma nova flor.
A aridez do terreno logo passa.
A chuva vem lavar a terra depois da desgraça,
para do solo brotar o futuro,
tirando teus olhos do escuro,
te levando à luz do esplendor.
Logo estará voando com os outros,
forte como poucos,
não menos sonhador.

- Aquieta o peito, menino.
Não desanima.
Aceita a valsa,
procura a rima.
Verá ainda tudo por cima,
como um belo vencedor...

domingo, 19 de julho de 2015

Erro

Que todo erro seja uma ferramenta de acerto futuro.
Porque cair e ficar no escuro não convém.
Até as ondas do mar vão e vêm.
Até o céu de anil some,
dando lugar à noite.
Madrugada e o frio que enregela os sonhos.
Para depois os primeiros raios de sol atingirem os olhos,
acordando as pretensões,
dando razão à existência e à chance de transformar o malogro em flor que faz sorrir.

Azo

Dentre tantas histórias,
memórias.
Ô vida velha louca senhora,
trata de parar de jogar os dados.
Esta álea não pode dar azo para o descompasso.
Não posso perder o prumo.
Tenho um rumo a seguir.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Saudade

Hoje faz frio e não encontro a tua presença.
Hoje faz frio e o lençol não me esquenta.
Coração que bate.
Bate querendo te ver.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Farol

As juras de amor não se apagam com o tempo.
Os sonhos não são vendaval.
Meus olhos ainda brilham.
Esperam um sinal.

domingo, 12 de julho de 2015

Réquiem

Silêncio.
Só o silêncio.
O silêncio e uma brisa.
A solidão e o silêncio.
A ânsia se transformou em dormência.
Meus olhos não acreditam no que vêem.
Meu coração bate um réquiem.
Só eu escuto.
E não gosto.

Porta

Feche a porta.
Deixe que as sombras me abracem e levem minha humanidade.
Hoje talvez serei fragmento.
Amanhã, com o primeiro raio do amanhecer, poderei ver se os meus olhos ainda brilham.

sábado, 11 de julho de 2015

Morro

Morro aos poucos na espera.
Estou na janela buscando ver a estrela cadente passar.
Para iluminar a noite.
Fazer o que o meu coração desejar.
Um pedido de calmaria.
Uma carta, uma poesia.
Uma simples jogada de olhar.

Suspiro

Não tenho inspiração para escrever nada.
Tenho só a alma e
uma esperança sonhada.
De dia, a luz me faz enxergar os caminhos.
De noite, o véu de estrelas me cobre,
buscando aquietar a solidão.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Talvez

Impotência, talvez.
Tristeza, talvez.
Talvez medo.
Tudo maximizado.
Pensamento desorganizado.
Flutuo sempre para outro lugar.
Distancio-me daqui.

domingo, 5 de julho de 2015

Demônios

E ele ficou com seus demônios e medos.
Morando na pousada do desassossego.

Às vezes se senta no horizonte esperando o sol nascer.
Mas é noite.
Faz frio.
E as estrelas não brilham.

Torce para que sua existência não sucumba.
Para provar a si mesmo que o mundo que lhe fora prometido não está perdido.

sábado, 4 de julho de 2015

Espera

Se saudade tivesse uma forma,
seria a sua.
Colorida com a esperança.
De mão a mão com a lembrança do beijo seu.
Queria acreditar que o tempo urge.
Mas longo caminhar ainda há.
Estou aqui no horizonte,
esperando você chegar.


quarta-feira, 1 de julho de 2015

Saudade

A ausência traz reticências.
Promove encontro com a solidão.
Fica na mente o sorriso,
a luz,
a esperança no coração.
Que os dias de distância sejam carregados pelo vento,
enquanto o pensamento em ti me mantém são.