Eu, a areia que escapa da mão.
O fogo que cresta qualquer pretensão.
Eu, a própria obliteração.
A ampulheta quase preenchida.
Quem foi que deu corda nesta vida bandida?
Os ponteiros não param, os becos não têm saída.
Sobrevive-se pulando o muro.
Dando saltos no escuro.
Crendo em sombras que nunca poderemos comprovar.
Eu não sei se poderei amar
Nem sei se durarei o próximo segundo.
Malgrado porque meu coração hoje é vagabundo,
embora tenha cansado de receber esmola ou comida fria de ontem.
Sim, o céu é azul.
Mas e os que carregam o pretume?
E os que navegam sem bússola?
Serão todos engolidos pelo vórtice atemporal?
Buracos negros tenho na alma.
Não venha me pedir calma.
Nem falar que ainda tenho um vão a percorrer.
Eu quero mais esquinas.
Chega de música que desafina.
Chega de pensar em sofrer.
Que saudade das suas palavras.
ResponderExcluirObrigado, Luiza! Bom saber que ainda está por aqui!!!
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