quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Anil

Eu não gosto do céu plúmbeo.
Ele enegrece a alma, o dia, as flores.
Faz murchar amores e azedar o mel.
Pára meus relógios, faz nascer meus ódios.
Embebeda-me de penúria.
Ah, o céu é tudo... Início e fim.
Eu prefiro que ele se vista com o mais belo azul.
Para iluminar as horas que insistem em passar.
Busco ver a clareza das nuvens, tão alvas e sinceras.
Contando verdades, escondendo saudades,
vivendo o amor que nos cerca

O céu claro une.
Revigora o coração.
Para esse negro céu eu digo: não!
Quero permanecer são nesse mundo louco.


P.S. Poesia escrita em parceria com a minha grande amiga, Yasmin! Um beijo!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Preto

E aquele ser cumprimentou todos no funeral. Vestia preto. Face sisuda. Saiu sem dar nenhuma palavra. Mal sabiam os presentes de quem se tratava.

Parede

Encostaram o sujeito na parede. Armas em riste. Uma bala mortal. Outros tantos festins que não celebrarão qualquer festa. Sonido. E o silêncio sepulcral. Jaz um corpo no chão que não sentirá o gosto da terra que comerá sua carne.

Passeio

Eu acredito no amor e na invisibilidade doce dos sentimentos. Eu sinto os eflúvios. Morro pelos meus contentamentos. A diferença é que acordo, quiçá mais radiante que o sol que beija a janela.

Biodegradável

O escritor senta. Para e pensa. Escreve, apaga, rasga o papel. Joga no lixo, que logo vira monturo. Idéias podres, plásticas e não recicláveis.
Que infinitos, meu caro amigo? O céu não tem a mesma resplandecência. O amanhã não será mais. A poesia respira e eu nem sei como.