Eu abro meu peito. Você corre com o vento. Fico aqui parado, esperando o momento de acreditar novamente no intento. Muitas vezes me perco em pensamento. Emudecido pela vida, rezo para os deuses que ninguém reconhece. Não sei decorada nenhuma prece, mas clamo para que algum anjo venha buscar a minha dor. Retirar de mim a falta de amor. Não posso viver aqui com o peso nos ombros. Ignorar o presente. Quero a chave da masmorra. Pontes que me levem até o âmago teu. Um sonho bom, por favor.
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Luz
Sou daqueles que busca olhar o horizonte. Sabendo que, para tanto, ali não haverá fim. Infinito, como o tempo, não obstante a finitude da vida, que suga do peito a juventude, o brio e as bravatas. Emudecemo-nos, até que a terra nos cale para sempre. Um convite indecente para virarmos semente que não irá brotar. Por isso não suporto o silêncio. É quase como um estorvo de ausência. É como a brisa errante nesse leva e trás.
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Escuro
Ponho-me a sonhar.
Logo, eu começo a voar.
Acordo, abrolhos.
Continua escuro.
Lá fora da janela não existe novidade.
Só as parcas luzes da cidade.
E eu aqui beijando a solidão.
Amargurando o senão.
Obliterando juntamente com a esperança.
Meu pensamento começou uma dança,
mesmo sem música para tocar.
Logo, eu começo a voar.
Acordo, abrolhos.
Continua escuro.
Lá fora da janela não existe novidade.
Só as parcas luzes da cidade.
E eu aqui beijando a solidão.
Amargurando o senão.
Obliterando juntamente com a esperança.
Meu pensamento começou uma dança,
mesmo sem música para tocar.
Âmago
Bem-vindo ao meu mundo.
Onde um segundo destrói um coração.
Onde uma oração não atinge o âmago da alma.
Hoje vi o sol nascer.
A madrugada alumiou.
Nem imagino quanta semente brotou em meu ser.
Onde um segundo destrói um coração.
Onde uma oração não atinge o âmago da alma.
Hoje vi o sol nascer.
A madrugada alumiou.
Nem imagino quanta semente brotou em meu ser.
domingo, 27 de outubro de 2013
Fragmentos
Partiu.
Quebrou o céu.
O sol.
Logo, o nada.
Poeira.
Leva o vento.
Sopra o desalento.
Não desconstrói meu cais.
Quebrou o céu.
O sol.
Logo, o nada.
Poeira.
Leva o vento.
Sopra o desalento.
Não desconstrói meu cais.
sábado, 26 de outubro de 2013
A simplicidade de uma flor
Eu queria me inspirar.
Pintar um quadro com o que eu consigo olhar.
O horizonte, o céu,
o espaço, o infinito.
Meu pensamento é um labirinto,
mas um bom sorriso faz eu me achar.
Olha a beleza da flor.
Olha! A beleza da flor.
Mesmo com espinhos,
ainda transmite o amor.
Eu perdi a ingenuidade da criança.
Entrei na vida conforme a dança,
mesmo sem saber dançar.
E, se perguntam onde anda a esperança,
a minha mão não alcança,
mas não deixo de acreditar.
Olha a beleza da flor.
Olha! A beleza da flor.
Mesmo com espinhos,
ainda faz brotar o amor.
Sei que não devo deixar de sonhar.
Um coração perdido ainda pode se apaixonar.
Por uns tempos fui rendido pela modorra.
Hoje eu quero que o mau sentimento morra
e eu reaprenda a caminhar.
*música: The Scene - Wim Mertens
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Será?
Não sonho mais.
Tudo o que toco se desfaz.
Desperdicei caminhos.
Perdi o tempo.
Como se o abstrato acompanhasse meu intento.
Como se eu não fosse nada mais.
Flor
Flor de ingênua beleza,
vem perfumar meus campos áridos.
Cansei de olhares pálidos
e de parcas paixões.
Quero o candor que teu sorriso pode trazer ao meu.
Porque o caminhar sozinho perde a graça.
É como sentar na praça e não pensar nos olhos teus.
vem perfumar meus campos áridos.
Cansei de olhares pálidos
e de parcas paixões.
Quero o candor que teu sorriso pode trazer ao meu.
Porque o caminhar sozinho perde a graça.
É como sentar na praça e não pensar nos olhos teus.
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
Rise up
Eu pensei em me reconstruir.
Busquei as peças.
Observei a luz.
Tentei seguir a música.
O ouro que encontrei foi de tolo.
Desperdicei sorrisos.
Deixei cair da minha mão a areia da vida.
Eu sei que devo me levantar.
Voltar a sonhar.
Acreditar que o amanhã não precisa repetir o presente.
Sei também que meu coração ressente.
Busca abrigo.
Há chuva, tormenta, raios sem fim.
No horizonte espero o sol.
Na minha mente, um lugar seguro.
Quantas estrelas no céu.
Tratarei de pegar o cinzel.
E a retidão do esquadro.
Para ver se refaço o melhor de mim.
Universo
Por trás dos olhos existe o meu universo de dúvidas e de esperas. Enfraqueço-me ao olhar pela janela, aguardando a boa ventura do mundo. Não sei permanecer e sonhar. Tenho desejo de partir. Longe daqui talvez volte a acreditar no sentimento que pulsará em minhas veias.
Il silencio
Por que aposta no silêncio?
Perco-me em pensamentos.
Sou levado para longe daqui.
Quero caminhar por ti,
mas não sei ao certo.
Eu não desejo muros de concreto.
Busco pontes que me levem até a verdade.
Não deixemos o sonho morrer com a idade.
Troco uma flor por um sorriso.
Tenho um coração que precisa acreditar.
Perco-me em pensamentos.
Sou levado para longe daqui.
Quero caminhar por ti,
mas não sei ao certo.
Eu não desejo muros de concreto.
Busco pontes que me levem até a verdade.
Não deixemos o sonho morrer com a idade.
Tenho um coração que precisa acreditar.
Pelo fio
Não sei se sonho ou se flutuo na realidade.
Por horas vejo o horizonte.
Em momento diverso, o solo, a terra seca.
Quando chove, deixo molhar o cenho.
Volto a acreditar.
Por pouco.
Sou quase louco.
Pelo fim.
Por horas vejo o horizonte.
Em momento diverso, o solo, a terra seca.
Quando chove, deixo molhar o cenho.
Volto a acreditar.
Por pouco.
Sou quase louco.
Pelo fim.
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Dez em canto
Perdeu-se no desencanto.
Vive só de pranto.
O seu mundo é submerso.
O sol distante.
A água não tratará de secar sozinha.
Onde estará a saída?
Uma passagem só de ida para qualquer lugar.
Vive só de pranto.
O seu mundo é submerso.
O sol distante.
A água não tratará de secar sozinha.
Onde estará a saída?
Uma passagem só de ida para qualquer lugar.
domingo, 20 de outubro de 2013
Conquista
Ela queria dançar pelos verdes campos. Sentir a liberdade perdida, conforme a música. E lá esqueceu da rotina, da vida que desatina e desfia a cada segundo passado. Deixou para trás a tristeza, encontrou a firmeza e olhando para cima, resolveu voar. Virou garça. Vibrou com raça. Tinha o céu para conquistar.
sábado, 19 de outubro de 2013
Mundo
Eu sigo longe do romantismo desenfreado.
Há tempo não tenho o coração apaixonado
e cantando amor febril.
Pelo contrário,
tenho achado o amor um sentimento vil.
Desacreditado, escrevo sem destino, solto palavras ao vento.
Não sei em que momento lerão os meus pensamentos,
para me resgatar da modorra e do abismo profundo.
Eu bem queria ver o lado clarividente do mundo,
mas da lucarna eu só vejo parca luz solar.
Há tempo não tenho o coração apaixonado
e cantando amor febril.
Pelo contrário,
tenho achado o amor um sentimento vil.
Desacreditado, escrevo sem destino, solto palavras ao vento.
Não sei em que momento lerão os meus pensamentos,
para me resgatar da modorra e do abismo profundo.
Eu bem queria ver o lado clarividente do mundo,
mas da lucarna eu só vejo parca luz solar.
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
Dreamland
Terei a minha redenção? Ou continuarei cavando as sementes que não germinaram? O solo está vergastado. O céu não traz a chuva esperada. Como poderei seguir o coração se não possuo mais esperança? Quem dera viesse a bonança. Teria sossego. Dormiria em paz.
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
Pássaro
Os pássaros voltaram a cantar, ele disse. Sem reservas, o choro veio. Sem brumas, sem tempestades, sem corações partidos. Uma realidade sonhada ou vivida? Que o abstrato não permeie mais os pensamentos. Já é chegada a hora de realizar.
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Sorrir
Um sorrir.
Sou capaz.
Um sorrir.
Logo, tudo mais.
Hoje até lua me despende um sorriso.
Hoje até a rua me tira de dentro de mim.
Quero somente a chuva para lavar esta alma suja.
Novos ventos irão me levar para o turbilhão onde o coração bate sem reservas,
sem silêncios.
Sou capaz.
Um sorrir.
Logo, tudo mais.
Hoje até lua me despende um sorriso.
Hoje até a rua me tira de dentro de mim.
Quero somente a chuva para lavar esta alma suja.
Novos ventos irão me levar para o turbilhão onde o coração bate sem reservas,
sem silêncios.
Espera
Espero cantar como o pássaro do canto mais belo.
Singelo, porém salutar.
Prescindir do pedir, amar por amar.
Escapar da noite,
Raiar com o sol.
Andar sem medo.
Não quero quadros monocromáticos.
Coração pulsante eu almejo.
A cada passo sonhar e suspirar.
Singelo, porém salutar.
Prescindir do pedir, amar por amar.
Escapar da noite,
Raiar com o sol.
Andar sem medo.
Não quero quadros monocromáticos.
Coração pulsante eu almejo.
A cada passo sonhar e suspirar.
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Ando
Eu ando só porque não sei se o amor é meu.
Há tempos fico perdido no limiar da loucura e da sanidade.
Pouco importa o sol, as nuvens, o coração que bate.
Perdido.
Eu vejo névoas por todos os lados.
Em mim, uma selva impenetrável.
Não aguento mais o silêncio e a pouca esperança no porvir.
Encherei um balão, voarei daqui.
Talvez ver a terra de longe me dê sede de querer pousar.
Há tempos fico perdido no limiar da loucura e da sanidade.
Pouco importa o sol, as nuvens, o coração que bate.
Perdido.
Eu vejo névoas por todos os lados.
Em mim, uma selva impenetrável.
Não aguento mais o silêncio e a pouca esperança no porvir.
Encherei um balão, voarei daqui.
Talvez ver a terra de longe me dê sede de querer pousar.
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Voe
Pegue minha mão. Logo ali está o horizonte. Tenho medo do abismo, do cinismo humano. Não posso ir só. Sem você não poderei voar.
Fix
Fecho os olhos.
Quero a infância.
O passado que deixei escapar.
Estava na minha mão,
mas quis voar.
Poderei sonhar?
Ou viverei empedernido.
Morrendo, sofrido, até por completo me amargurar.
Quero a infância.
O passado que deixei escapar.
Estava na minha mão,
mas quis voar.
Poderei sonhar?
Ou viverei empedernido.
Morrendo, sofrido, até por completo me amargurar.
domingo, 6 de outubro de 2013
Loucura
Enervo-me com as parcas paixões.
Quando penso que achei meu futuro,
percebo que o caminho não é seguro,
paro por ali.
Eu queria ter sentimentos,
sair da modorra.
Meu barco, entretanto, não encontra o farol.
Devo estar longe da terra,
perto sim estou da guerra,
da tempestade que habita o ser.
A minha alma é rasgada, vergastada.
São poucos os anos de estrada,
mas dentro de mim moram milênios.
Há um tempo eu sentei na ponta do abismo.
Buscava o pôr-do-sol.
Tudo o que encontro é noite.
Raras estrelas.
Esperança ainda guardo,
pois ainda sinto o pulsar nas minhas veias.
E se vivo estou,
é porque tenho que aprender.
Por amor ou sem amor.
Ontem plantei uma semente.
Não sei se dela terei flor ou fruto,
nem tampouco sei se candor ou luto,
mas a regarei, como rego o meu viver.
Que caia a chuva sem fim.
Quando penso que achei meu futuro,
percebo que o caminho não é seguro,
paro por ali.
Eu queria ter sentimentos,
sair da modorra.
Meu barco, entretanto, não encontra o farol.
Devo estar longe da terra,
perto sim estou da guerra,
da tempestade que habita o ser.
A minha alma é rasgada, vergastada.
São poucos os anos de estrada,
mas dentro de mim moram milênios.
Há um tempo eu sentei na ponta do abismo.
Buscava o pôr-do-sol.
Tudo o que encontro é noite.
Raras estrelas.
Esperança ainda guardo,
pois ainda sinto o pulsar nas minhas veias.
E se vivo estou,
é porque tenho que aprender.
Por amor ou sem amor.
Ontem plantei uma semente.
Não sei se dela terei flor ou fruto,
nem tampouco sei se candor ou luto,
mas a regarei, como rego o meu viver.
Que caia a chuva sem fim.
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Devagar
A vida e seus meandros. Teimamos em aceitar o desvanecer, enquanto a luz oblitera. Ontem mesmo fechei uma janela. Quando abrirei a porta? Quando colherei os frutos da horta, para deixar de me alimentar do silêncio que corta o peito? Onde está a água para desempedernir o coração? Tantas perguntas levadas pelo vento. Tantas reticências que não explicam o turbilhão.
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
Rest meines ichs
Eu parto corações e sento na mesa para jantar. Como se o futuro não fosse existir. Como se o vórtice temporal fosse me levar daqui. Ontem queimei as fotos do passado. Perdi a identidade, o meu rosto. Joguei tudo no espaço. Não há estrela, nem brilho. Não há delírio. Só restos de mim.
Assinar:
Postagens (Atom)