terça-feira, 4 de setembro de 2018

Brasil

Desce a ladeira.
Sobe a gangorra.
Ciranda da vida.
Gira, gira-mundo.

Sociedade de segundo passado.
Presente.
E o futuro?
É algo escuro,
insensato.
É a dor do parto.
Lacuna.
Mais uma bala.
Mais uma vítima.
Estatística.
Lágrima que cai e rola.
Cadê escola?
Só se vê a cultura do rebola.
A educação pede esmola.
E o Estado cala.

Calo no pé do povo,
que aguenta o tranco
e trabalha que nem louco
para ganhar pouco.
Enquanto outros vêem tudo do tamanco.

País manco.
Jorra petróleo.
Enche os bolsos.
De lodo e podridão.

Bandos de lobos.
Quando é que os ratos voltam para o esgoto?
Quando é que a luz volta a iluminar?
São tantas perguntas sem resposta.
São tantos sonhos a obliterar.

Brasil, país sem memória.
Brasil, não quero te ver calar.
Levante a sua bandeira.
Venha para a luta sem se apequenar.
Porque teus risonhos lindos campos têm mais flores.
E o cheiro da tua flor não pode se apagar.