quinta-feira, 28 de abril de 2011

Cavaleiro II

O frio não chega por estes cantões. Não tremo mais ao olhar para o horizonte. As melhores estrelas me guiam agora. Se outrora fui perdido, hoje me acho e vejo o meu reflexo na água límpida. Eu sou o ser que idealizava nos sonhos. Eu sou o cavaleiro do meu próprio amanhecer.

Corredor

Abril vai chegando ao fim. A prisão dentro de mim tem a porta aberta para deixar qualquer sentimento ruim fugir. O sol quadrado não mais se mostra. Vejo mais luz do que sombra. O meu sangue é escarlate. Vibrante. Assim como a luz que beija os meus olhos!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Nowhere

O artista se pôs diante da tela branca. Na sua mão direita, a aquarela repleta de cores. Na esquerda, o pincel que logo daria forma à imaginação. Não obstante todo o empenho, ninguém se dispôs a olhar para o céu naquela tarde.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Semeador II

Meu cérebro não mente. O cárcere está vazio e o sol não nasce quadrado. Circulares são as pretensões que voam como as sementes que fertilizarão outros cantões.

Criatura

A criatura saiu do lodo. Abriu a boca coberta de baba e emitiu um sonoro grunhido. Os olhos encararam a luz. Vislumbrou o céu e quis se apoderar do azul imenso. Suas mãos, entretanto, não puderam alcançar o sol.

Sol

Brilhe sol.
Aponte sua potência máxima para o infinito.
Assim não haverá qualquer susto ou grito.
O calor só queimará os que ousarem olhar para trás!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Caminhando

Eu peguei o papel, olhei para o céu e parti. Meus passos certamente não foram ouvidos. A cidade desligou todos os sentidos, mas eu tenho um sentido em mim. Vou aonde a luz brilha. Muito embora não esteja numa caverna, tenho o sol que vejo como guia. Assim, nunca deixarei escurecer qualquer pretensão.

Ah! Mar!

Diário de bordo: Eu peguei na água cristalina. Vi meu rosto. Esperança não mais desatina. O céu é belo. Quero sempre amanheceres sinceros. E à noite, as melhores estrelas cadentes para levarem minhas cartas à janela daquela por qual o meu coração bate.

Nautilus

Vinte mil léguas, falou o capitão do navio. Todos olharam assombrados. Um caiu desmaiado. Depois do silêncio e troca de olhares, mãos pesadas foram levantadas ao alto em sinal de aprovação! Partiu, então, a embarcação. Sem bússola, sem céu para os guiar. O coração é que vai determinar o lugar.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Voador

Eu fui carregado pelas nuvens do novo amanhecer. Uma fada me acompanha. Tranquilidade bem que poderia ser o sobrenome dela. Eu não sei, na verdade. Apenas noto que a escuridão das noites, que passo em vigília, não mais me congelam de temor. Meu mundo é outro. Os segundos eu conto, pausadamente, nos dedos.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Desafiante

Eu fui o cavaleiro que desafiou a morte. E venci, pois continuo vivo. Amanhã não tenho a plena certeza que completarei novamente meu intento, mas agora já me satisfaço em saber que pude sorrir na face da escuridão.

domingo, 17 de abril de 2011

Lieben

Nós vamos correr pelos campos verdes como se o amanhã não assustasse mais. De fato, ele não assusta. As rosas têm o melhor olor. O céu é anil, como nos sonhos. Cada novo amanhecer tem sido digno de uma tela artística.

Jardim

Nuvens vêm, mas logo passam.
O céu continua inebriante.
Quiçá mais, a cada dia.
Há tempos, não vejo o plúmbeo carregado de chuva.
No meu jardim tenho banhado a minha belíssima flor.

Farol

Eu guardo aqui a luz.
Ela que me deu.
Hoje o meu farol só ilumina para uma jangada.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Teatro

Bati palmas para o infortúnio.
Não o farei mais sorrir.
A luz que tenho agora ilumina outro palco.
Lá dança uma estrela de belíssimo sorriso.
É a ela que dedico todo o meu universo.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Felicidade

Ando a ver estrelas.
Morangos têm sabor mais doce.
Ósculos eu disparo ao vento.
Reluzente, o infinito, se apresenta aos meus olhos.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Negociador

Daí-me o óbolo, mostro o caminho. O barqueiro levará você ao cais mais próximo. De longe, poderá ouvir ainda o meu assobio. Alcançará os Elisius e eu a riqueza que não presta.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Espelho

Eu olhei no espelho. Diferente do macambúzio de outrora, vi algo próximo da felicidade buscada. Tentei tocar aquela visão e fui levado para o mundo da fantasia. Hoje navego no rio de doces. Não há desilusão. A brisa tem o melhor olor. A luz do sol aquece o meu coração...

domingo, 10 de abril de 2011

Cais

A luz não cegou.
Iluminou o peito.
Apagou o desamor.
Agora carrego um coração reluzente.
Fogo ardente levado na pira para o alto do monte.
Farol.
Meu barco sempre encontrará o cais.

sábado, 9 de abril de 2011

Enfrentar

Eu vi a borrasca. Ao contrário dos demais que retornaram, eu continuei a dar meus passos. Mesmo com a areia convertida em lama, eu caminhei. Hoje o sol anuncia o melhor brilho e as flores nascem tão vivas como em qualquer pintura artística, como na própria vida. Orvalhos são sementes de arco-íris.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Colhedor

Eu não sou eterno, mas serei infinito nas minhas pretensões. Quero deixar uma semente para crescer em algum cantão. Eu vim de terra árida. Senti o sol que batia no rosto. Por sorte, no coração existem chuvas que semeiam o campo.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Poesias

O poeta escreveu para sua estrela. Vislumbrou-a com o mais sincero olhar. Suspirou, como antes nunca havia ousado suspirar. E gritou, dizendo que ficaria a eternidade esperando algum sonho em realidade se tornar!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Finitude

Disseram ao poeta que ele não poderia mais se alimentar de sonhos. Entristecido, foi ao alto do cume chorar as suas lamentações, embora estivesse ciente que ninguém escutaria. Vieram dias e noites. Chuvas e ventanias. Sol em demasia. Alucinado e com sede, quis descer o cume, mas a vista, além de obnubilada, começava a clarear. Seu corpo inerte foi de encontro ao solo, duro como uma pedra milenar. Os versos não voltaram a ser gravados nas folhas, que permaneceram brancas como os lírios que o poeta usava para se inspirar.

Sonha sem dor.

Escolhi o caminho que vi com a clarividência que tornou dia a minha noite. Não me arrependo. Aqui na cama, penso em repousar, não mais para querer sonhar. Eu vivo um sonho na realidade e isso basta.

Partícula

Eu vi a luz invadir o espaço. A escuridão se tornou branca, mas de uma forma branda. Não afetou meus olhos, por outro lado, fez eu enxergar o próximo passo. Devaneios, não mais.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

God of Thunder

Eu não resolvi mais calar. Parti a nuvem e tirei o trovão contido nela. Iluminei toda aquela terra. Agora quero que aqueles fracos que reclamavam de escuridão voltem a se pronunciar.

domingo, 3 de abril de 2011

Caminho

Eu vejo um só caminho. O passado não tratará de criar novos desastres. Desafios eu sei que o futuro trará. Glórias irei conquistar. Porque a bonança agora está em minhas mãos.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Andar

Eu anseio. Com as mãos tateio em busca da luz. A direção do vento me conduz. Trôpego, caminho, como se pisasse em alguma partícula do infinito vácuo sideral.