domingo, 27 de maio de 2012

Poeta e o vento

Qual o som do vento? Um grito, um chamado, um tormento? Ou será desalento? Não se sabe, pois todos os poetas que tentam qualquer entendimento, se perdem, entre um assobio e outro. Logo, somem. Desfarelando-se como areia solta no tempo.

O olho

Lucarna...
Pequena que luz que passa.
Pequenas pretensões que se soltam e não voltam.
O olho queria ver mais que um amanhecer embaçado e empobrecido.
Queria ver o verde, o azul, o branco.
Piscar e saber que não havia mais claustro.
Infelizmente perdera a capacidade imaginar...

Pô e a sia?

Acorda todo dia com fome o homem que vive de poesia.
Alimenta-se no café com alguns recentes lampejos humanos.
Vomita as falsas rimas.
Dispara seu olhar flamejante para os que fazem troça do romantismo.
Almoça abelhas, pensando que o mel deitado nas palavras de outrora poderia retornar.
Sempre se engana.
Hoje vivem de farsa, ô alma humana.
Os sorrisos dados respingam dinheiro.
E o jantar é sempre cheio de modorrentas teias de aranha.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Reflexões

O que compunge o poeta? Por meses, jurei saber a resposta. Julgava ser a solidão, o ostracismo, a desesperança vista no ocaso. Agora sei que é o desamor. A dor no peito que arde e espeta como espinho venenoso. Que mata aos poucos. Que cega e dilui sólidas pretensões. Eu não ficarei para ver o mar invadir a minha terra conquistada. Construirei um barco. Partirei para o meu melhor horizonte. Lá manterei o meu pôr-do-sol.