terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Cor ação


Eu sou o vento que se perde na manhã que chega sorrateiramente roubando a noite...
E se me perguntam, como sim as estrelas e escondo a lua no sorriso...
E vou viver o dia, sonhando com o amor que faz meu coração palpitar.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Fogueira

Joguei as cartas no fogo.
Aqueci a noite fria.
Amanheci, a fogueira apagou.
Restaram cinzas.
Nada que pudesse conspurcar o belo anil.

Rotina

Sou fogo que água não apaga.
Sou rio que não deságua.
Sou infinito,
dentro do meu pensamento.

Ontem era pó.
Hoje, um emaranhado de nós.
Amanhã serei adubo.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Natalício

O tempo passa.
Arrasta os mundos.
O que restam são memórias perdidas que precisam ser revisitadas.

Não terei os anos que me tiraram.
Não terei mais o sopro da infância que por um momento foi meu.
O futuro é um presente desembrulhado diariamente.
Às vezes um acerbo sabor é revelado.
Outras vezes, um doce que rezamos baixo para não acabar.

domingo, 1 de julho de 2012

:)

Não importa, deixe tocar a mesma música.
Admito, é ela me encanta.
Inerte, fico a admirá-la, como se não existisse tempo.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Sonho

Sonhos.
Por que tão nuvens?
Por que em sonos?

Sonhos,
não tão plausíveis,
às vezes tão insanos.

Sonhos,
por que não realidade?
Porque só no imaginar a gente voa de verdade.

domingo, 24 de junho de 2012

Am or

Coração tão vilipendiado,
muitas arrependido, 
outras vezes, sincero e sofrido.
Foste relegado a ti o peso de um amor.
Cuida para que não se perca.
Porque o vácuo não permite qualquer pensamento.
Ele te entrega à solidão e te retira todas as estrelas...

O caso

Não dedico odes à calmaria.
Quero o meu coração pulsante, como se fosse melodia interminável.
A vida, entretanto, não é infindável.
Uma hora, o sopro do ocaso apagará minha chama da alma.
Ficarei vazio.
Olhos opacos.
Mente quieta.
Ao pó retornarei.
Ninguém ouvirá mais os meus passos.



sexta-feira, 22 de junho de 2012

Musik



Queria ter a leveza de uma música.
Voar, sem sentir o vento.
Espalhar, para que todos deixem seus tormentos.
Juntar cada alma solitária.
Retirar qualquer lúgubre do pensamento.
Queria ser música e ecoar infindavelmente.
Acelerar batidas de corações dispersos.
Acabar com qualquer olhar desconexo.
Transformar abismos em campos de flores.
Ninguém aguenta viver só de dores.
O corpo pede amores, amoras. Doces lembranças.


quinta-feira, 21 de junho de 2012

AMor III

Nunca aceito que digam que amor é veneno.
Não é!
É doce, mas não mata.
É quente, mas não derrete nenhuma pretensão.
O amor, digo, o mais simples amor.
É maior do que qualquer paixão.

Pleno

A música não pára, assim como o tempo.
Ouço a mesma melodia diuturnamente.
Não quero acordar,
porque não sonho mais.
Eu vivo.
Cada fragmento
Porque só assim serei eu mesmo, plenamente.

Fragmentos

Corta. A cena. O passado não existe mais. Está perdido em alguma dimensão. O que nos resta são fragmentos de memórias, fotos, gravações, cartazes. Logo não teremos nem a nós mesmos.

Amor II

O que bate no teu peito?
- Um coração que nem o teu.
Teu coração és meu?
- Enquanto eu viver.

Amor

Amor. Tão pequeno frasco, tão frágil, tão insensato, tão cheio de olor. Amor, perfume de rosas. Traz olhares brilhantes, corações pululantes, alegrias imensuradas. Eu quero ficar na sua estrada, até que a vida minha queira que eu oblitere.

Extraterreno

Eu não posso mais seguir essa valsa. Sabe-se lá para onde o rio vai levar a balsa. Confiei-me demais. O céu está triste. Cinza, monocromático. As poucas gotas que caem, não servem para matar a sede de um sedento sonhador. Eu digo mesmo que sou. Imaginativo e ponderante. Passeio pela natureza da vida com olhar perscrutador. Porque todo vôo me importa. As folhas que caem têm diferente sabor. Mas eu que nunca soube dançar, deixe-me levar. Hoje, só na pista, amarguro a música e o ambiente enclausurado. Quem dera eu tivesse tentado sumir naquele disco voador...

Dúvida

Se eu pego a cadeira e sento. Acomodo-me ou paro e penso?

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Abro olhos

Quando abriu os olhos e fitou o espelho, viu que era palhaço. Pensou em sorrir, mas se conteve. Tinha um imenso nariz vermelho, que nunca tinha sido seu. Vestes esfarrapadas, como a de um errante. Tentou andar e deu passos largos, confiantes. Havia sonhado, bem verdade, mas não acreditava em sonhos. Não antes. Agora poderia ser ele mesmo. Vestia a menor e mais singela máscara que o mundo poderia lhe oferecer...

Homem

Aquele homem fitava o horizonte. Tinha o olhar perdido, incerto. Talvez tivesse tentado de tudo, quiçá tivesse perdido o mundo. Ou, então, talvez estivesse lá para procurar uma resposta no ocaso solar.

(IN)finitude

Eu quero a fruta mais saborosa.
O doce delírio deletério.
O pecado, a arte inacabada.
Eu quero a própria imperfeição.
Porque nem na morte nos tornaremos completos.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Vita Brevis

Vida.
Uma palavra tão curta, de tantas emoções contidas.
Choros, risos e velas.
Horas de esperanças gastas na janela.
Suspiros dados com o ocaso solar.
Momentos que a mente pensa em duvidar.
O fato é que por ela, continuamos a andar.
Até que nossas pernas parem e o nosso assobio cale.
E o silêncio dela venha se apoderar.


domingo, 27 de maio de 2012

Poeta e o vento

Qual o som do vento? Um grito, um chamado, um tormento? Ou será desalento? Não se sabe, pois todos os poetas que tentam qualquer entendimento, se perdem, entre um assobio e outro. Logo, somem. Desfarelando-se como areia solta no tempo.

O olho

Lucarna...
Pequena que luz que passa.
Pequenas pretensões que se soltam e não voltam.
O olho queria ver mais que um amanhecer embaçado e empobrecido.
Queria ver o verde, o azul, o branco.
Piscar e saber que não havia mais claustro.
Infelizmente perdera a capacidade imaginar...

Pô e a sia?

Acorda todo dia com fome o homem que vive de poesia.
Alimenta-se no café com alguns recentes lampejos humanos.
Vomita as falsas rimas.
Dispara seu olhar flamejante para os que fazem troça do romantismo.
Almoça abelhas, pensando que o mel deitado nas palavras de outrora poderia retornar.
Sempre se engana.
Hoje vivem de farsa, ô alma humana.
Os sorrisos dados respingam dinheiro.
E o jantar é sempre cheio de modorrentas teias de aranha.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Reflexões

O que compunge o poeta? Por meses, jurei saber a resposta. Julgava ser a solidão, o ostracismo, a desesperança vista no ocaso. Agora sei que é o desamor. A dor no peito que arde e espeta como espinho venenoso. Que mata aos poucos. Que cega e dilui sólidas pretensões. Eu não ficarei para ver o mar invadir a minha terra conquistada. Construirei um barco. Partirei para o meu melhor horizonte. Lá manterei o meu pôr-do-sol.