terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Castelo

A onda veio.
Desmoronou meu castelo de areia.
Respirarei.
Construirei outro.
E se nova onda chegar,
construirei outro.
Até minha vida findar.
Porque quem desiste de fazer castelos, conforma-se com as masmorras.

sábado, 27 de dezembro de 2014

Hurt

Olhe os olhos da criança e não veja mácula.
Os dias passam e perdemos luz.
Logo somos tomados por sombras.
Peso nos ombros.
Rotina.
A infância é olvidada.
Lembrada por lampejos.
O humano amargura o resto da vida.
Vocifera contra a sina.
Morre e se cala.
Enterrando suas preocupações.


sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Breve

A vida é breve momento.
Passa às vezes como tormento.
Imagens pairando na mente
distantes
intrigantes
O passado é uma névoa.
É o que penso.
A saudade mora no peito.
A idade pesa nos olhos.
Logo não temos mais.
Logo não somos mais.
No fim,  seremos apenas pequenos silêncios.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Imperfeitos

O que fica do amor é a perfeição do momento.
Mesmo que ali estejam duas imperfeições bailando sem música,
assistidas pelas estrelas,
palavras lançadas ao vento,
quase orações.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Tal vez

Talvez eu tenha em mim todos os sonhos do mundo. Os maiores vagabundos. O medo do porvir. Talvez eu seja fogo ou a água. Barro ou escultura. Abstrato como o vento. Concreto, como a rocha do pico mais alto. Talvez, talvez. Talvez não seja nada. Uma existência impensada. Uma lucarna para um outro mundo.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Eras

O que me segura é o balanço das eras.
Entre luz e feras.
Lutando pelo sangue que cai.
Até que a última gota beije o solo.
E eu cerre os olhos.
Para então dormir o sono dos mortais.