sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Erro

A pessoa errada.
A porta que não abre.
O horizonte que nunca deixa o sol se pôr.
Em um mundo de nuncas,
Não podemos ser luz.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Enredados

Enredados em teus cabelos vivem teus sonhos.
Enquanto tu olhas para o céu,
o tempo passa.
As horas voam.
Somem igual fumaça.
Logo o punhado de areia que pegamos será devolvido à terra.
Lutemos, diariamente, para que junto caiam nossas sementes.

Na ve gar

O pior oceano para navegar é o seu.
Porque às vezes o barco pára.
Chega a tempestade.
O pensamento cala.
E não tem bússola que aponte o norte.
Nem tem céu com estrelas para iluminar.

domingo, 24 de janeiro de 2016

Giro

Algumas vezes a vida nos cala. Perdemos a alma. Deixamos de ver o sol nascer. Algumas vezes o tempo nos abala. Leva aquilo que um dia fez o nosso sonho crescer. Transformando em fumaça o que estava em nossas mãos e não soubemos guardar. Um dia, quando o tempo abrir, talvez ainda haja estrela. Quem sabe um porvir. Porque não somos de pouco sorrir. Nem acreditamos no pouco. Somos loucos em busca da nossa mantença. Se queremos um vôo leve, que aprendamos a voar. Porque ninguém vai ensinar o caminho. Ninguém vai te guiar. Essa é a lição que aprendemos enquanto se respira. O mundo gira. Mas não somos obrigados a também rodar.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Migalhas

Eu não quero mendigar sentimento.
Não sou feito de pouco.
Nem sou migalha para dar aos pássaros.

Antes eu carregava um sonho.
Quase desumano eu fui.
Hoje carrego um peito vazio.
Um céu sem estrela.
Um olho opaco.

Eu abri uma porta.
Fechei as janelas.
Resolvi passar.
Porque não quero mais esperar.
Até boneco de pano desfia com o tempo.
Imagina o ser humano.
Um poço de lamento.
Imagina.

Hora de virar a página.
Há um presente para se construir.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

A maré

Amar é aceitar a reconstrução diária.
É retirar máscaras.
É abrir o peito.
E ainda sim sorrir.

sábado, 9 de janeiro de 2016

Veneno

Tantos caminhos a vida deixa os nossos olhos vislumbrarem.
Tantas gotas doces caem em nossa boca e nos fazem delirar.
Assim vive o homem,
carregando a incerteza do que vai encontrar.
Caminha, não se sabe para o horizonte ou para o abismo.
Prova o líquido, mas não sabe se irá se envenenar.