segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Schreiben

Eu escrevo porque sem isso a iluminação do dia não é lembrada por mim.
Escrevo porque sem as palavras eu não respiro.
Escrevo porque como letras no café da manhã.
E almoço algum conto ou crônica de mim mesmo.
Minhas tardes não seriam nada sem o papel e a caneta.
E a noite nunca ficaria guardada em meu peito se eu não dissesse porque a lua me comove tanto...
Eu sou e serei como um escrito. Ponto final e pronto.

Desamor

A cada dia a poesia erra uma nota da melodia.
E a falsa rima titubeia quando cantada.
A pedra vira só pedra, abstrata dentro da sua concretitude.
As cartas, só papéis que em um momento irão empoeirar.
As fotos se encherão de sorrisos amarelos.
A lua não terá o mesmo brilho amanhã.
Guardei a intensidade para o ulterior.
Por hora, permanecerei com minha janela fechada escondendo todo o meu amor...

Fröhlich

No canto da porta tem um palhaço. O ambiente é branco, quiçá insensato. No fundo do quarto, uma cama e uma criança. Depois da permissão, surge um sorriso maroto na face daquele sujeito cheio de cores... A cada passo, o chão se enche de flores. Bolhas de sabão substituem o ar. Não tarda até que a primeira gargalhada peça para entrar. Uma tarde se passa. Histórias que ficarão infinitas na mente dos que puderam assistir com o coração.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Crê

Outono.
Folhas secas.
Cartas de amor amareladas com o tempo.
A ampulheta continua a derrubar seus grãos.
O império dos sonhos se desconstroi a cada manhã.
E mesmo assim eu, diante da vastidão do espaço, não consigo enxergar o abismo.
Creio que a luz solar tirará a poeira dos livros.
E que o rio transcorrerá límpido.
Eu não sou sonhador, os demais que acreditam pouco.

Espera

Colar de pérolas. Foi o que você me disse antes de partir. Entrou no mar e depois só vi a água do oceano. Voltei diversas vezes. Esperei horas a fio. O coração se partiu. Hoje desenho estrelas. Não saio do meu covil. A luz agora é lenda, a vejo somente por uma fenda. Os meus olhos queimam só de imaginar que a esperança que um dia eu tinha mora somente no meu imaginar.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Sonhador

Cores.
Redes balouçam enquanto olhos buscam o tempo.
Nuvens passam.
Pensamentos extravasam.
Sonhos.
Contentamentos.
O mar não é tão longe quando os pés deixam de tocar a terra...

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Nublado

Meus pés tocam o chão.
A terra está molhada.
O céu prenuncia mais chuva.
A escuridão acende as luzes da cidade.
Tudo ganha curva.
Tenho pena dos que possuem mente turva.
Jamais conceberão a beleza que impacta com os meus olhos.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Arco

Quantos furacões terão de passar para me calar eu não sei.
Entrei em turbilhões.
Matei centenas de leões.
Já beijei a terra.
Comi a lama.
Deitei com cheiro de derrota na cama.
O dia amanheceu e eu reverberei novas pretensões.
Porque espada continua a cortar se afiada.
Um bom contador não deixa a estória mal contada.
A flecha mesmo acertando o alvo, ainda serve para derrubar outros tantos guardiões...

Calada da noite

Centenas de vagões passaram.
Traziam imensos canhões.
Subirão até o morro.
Destruirão as motivações.

Se um ser apolítico se manifestar,
provavelmente seu grito irá se calar.
Pois o turbilhão onipotente do mais alto escalão
cansa-nos até que queiramos deixar de viver.

Não existe censura expressa.
Tácita, entretanto, pode ser vista aos tamancos em qualquer bueiro vil.
Ô opulência que deixa os mais inermes inertes.
Ô senhorio sem escrúpulos que nos oprimem com o dedo como formigas,
preparem-se e cuidem-se para que nossa coragem não persevere.

Caso contrário, quebrarão-se as lâmpadas.
Faltarão balas em armas de fogo.
Pois o povo é que devia ser o mais temido.
Infelizmente, o voto acaba com tal ideal.

Democracia irreal.
Glória na mão de poucos.
Pão na mesa é o que falta,
enquanto um aristocrata ri e baba.

Não quedemos mais.
Vejamos o pavilhão nacional que balouça!
As estrelas que dia após dia iluminam a noite.
Os animais selvagens que não coadunam com nenhum açoite...



Pergunta

Eu que não me calo mais.
Não rio com o que não me satisfaz.
Nem falo o que não me apraz.
Eu que não bato palma para injustiça.
Nem olho apenas deixando morrer.
Não existo ou sou só um ser querendo um mundo melhor para viver?

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Vita

É um caminho longo até o infinito.
A vida toda não cabe dentro de tal pretensão.
Não basta ter coração.
Somos cometa que desaparecerá no espaço.
Lua minguante esperando pela redenção.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Contrário senso

Amor, tu és uma droga desalentadora...
Quando bebo teu adocicado sabor, iludo-me.
Constelações formam corações.
Palavras não tardam a encontrar uma rima.
Existem momentos, entretanto, que a música desafina.
O encanto se parte.
As luzes se apagam.
Os olhos não vêem nada mais que um futuro incerto.

Amor.
Calor ou frio intenso.
Tem dias que paro e penso.
Se realidade ou fantasia.
Concreto é meu peito que pulula.
Abstrato é meu peito que se parte.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Amanhã ser

Agora não há navio que parta pelo nevoeiro.
Quem gosta do plúmbeo espaço?
Na escuridão, pelo menos se vê a incandescência da estrela.
O farol.
A expectativa do surgimento do sol.
Nuvens reluzem a relutância do astro maior.
Eis o azul.
Olhos que se perdem no infinito.
Elucubrações.
Pensamento nenhum.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Fu tu ro

Sei bem que as máscaras cairão amanhã.
Não haverá mais um refém do âmago próprio,
nem viciados no ópio egocêntrico que brota das latrinas do imundo.
Quem dera que as blasfêmias fossem gritos de concórdia...
Não há entretanto, só mixórdia, que desce pelos bueiros e se junta à lama.
Olhe bem a gama de cores,
outrora já simbolizaram amores.
Hoje, só dores.
Canções sem ecos no coração.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Disparate

Cartas de baralho caem como chuva.
A água do rio está turva.
Serelepes pássaros voam sem rumo.
Os barcos navegam sem prumo.
Flechas disparadas não acertam seus alvos.
Dó dos cupidos desalmados.
Não pensam em deixar o amor à salvo...
Há samba, na lama, na corda bamba.
Silêncio na estrada.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Co ração

As pessoas vivem de aparências.
Eu vivo de coração.
E sinto o pulsar dos que me olham como irmão.
Pois sei que quando a nuvem cinza quedar no céu,
o sopro de um se juntará a milhares.
Clarividência.
Azul anil.
Paz.
Calor solar.

Mãe

Eu sei o quão bem você me faz.
Fez eu ver a luz e muito além de qualquer foz.
Se hoje piso, é porque seu apoio me deu segurança.
Quero seu sorriso sempre.
A sua preocupação renitente.
Os abraços que retiram qualquer dor.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sensacionalismo

Opiniões em falta.
Papéis em branco.
Microfones só sabem narrar o pranto.
Mudanças não existem.
O vento não carrega o lixo para longe.
Eu quero que a califasia provinda dos esgotos apodreça.
Chega de lama.
A fama é um conceito barato que muitos vendem caro demais...

domingo, 16 de janeiro de 2011

Navegando

Olho para o horizonte.
De longe vejo a terra que meu barco procura atracar.
Resta esperar que o vento assopre.
Chegarei ao meu norte.
Não deixarei simplesmente a vida passar...

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Artista

Em branco,
a tela e o pranto.
E não há canto que venha colorir este painel.
Falta aqui um pincel.
Imaginação, entretanto, já malha aqui o seu cinzel...

Escrito no dia 11/01/2010 às 20:08 em Morro Branco - CE.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Canto

Que escuridão sem canto algum!
A lua é luz distante.
Estrelas não me mostram o norte.
Delonga-se o mar.
Não traz a sereia.
Não me leva para navegar...


Escrito no dia 11/01/2010 às 20:00 em Morro Branco - CE

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Maresia

As ondas vêm e vão.
Ouço o canto distante de uma cigarra.
A escuridão já deitou sobre a terra e as estrelas pontuam o céu.
A leve brisa faz pensar que tudo isto é um sonho.
Felizmente, jangadas não podem navegar num mar de ilusões...

Escrito no dia 11/01/2010, às 20:39 em Morro Branco - CE.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Semeador

Com trovões, deixei o céu.
Onde irei, não posso saber.
Resta o futuro chegar para dizer.
Reluzirá o amanhã.
As sementes não irão perecer.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Paiaço

E eu no riso me acho.
Qualquer pesadelo facilmente desfaço.
Sinto-me como uma flecha flamejante rumo ao sol inebriante.
Sonho concreto.
Porque pintado eu me completo e me aproximo da infância,
esqueço qualquer distância,
pois da palma da minha mão pode até sair uma música,
mesmo que eu não carregue nenhum instrumento...

sábado, 8 de janeiro de 2011

Gramática

Que esperas ver na janela, meu caro?
Já passaram aviões, bandas com suas canções. Lá no mar remoto várias embarcações cruzaram o azul.
E tu ainda aguardas mais, parado convenientemente em seu sofá, calado, como se a vida, que não se omite em andar com o tempo, fosse um mero substantivo...

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Viva

Cresci.
Hoje tenho ideais e idéias.
E sei que o horizonte pode ter sempre um pôr-do-sol mais belo.

Guerras precisaremos enfrentar.
Um dia, a justiça equilibrará a balança.
Escreverão outros versos com novas histórias.
Várias glórias.
Andaremos sem titubear.
Rogo para esta realidade chegar.
Ainda veremos bandeiras vermelhas a balouçar com a ventania infinita...

Chuva

Eu vejo as sublimes gotas de chuva.
Lembro a infância,
quando as mínimas preocupações eram lavadas em poucos instantes...
Respeito o céu nublado,
o frio que se espalha
e o silêncio que ecoa no pensamento pelos dias passados.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Astronauta

Não, no espaço não há o que eu procuro.
É a terra que eu anseio.
Quero sentir meu pé pisar o solo.
Só assim viverei em paz.

Em tempo

Atualizei o blog colocando música de minha preferência e queria fazer uma rápida pesquisa para saber se a mudança foi agradável para os que vêm visitar os meus escritos. Quem quiser opinar, por favor, sinta-se à vontade. :)

Humanizado

Eu, criador do mundo, do meu mundo, detentor de todas as estrelas do espaço que me circunda, hoje me arrependo. Existem mortes do meu ser a cada dia que passa. E eu me enterro na minha cama, mas sempre amanhece. A consciência bate a porta e eu não atendo. Deixo-a ir embora, enquanto congelo pensamentos para um futuro que inevitavelmente terei de viver...

domingo, 2 de janeiro de 2011

Embate

Eu tenho embates intensos contra o tempo. Ele está certo que me vencerá. E eu sabendo dessa verdade, lutarei até a minha cabeça não poder sustentar minhas idéias e o chão se torne melhor abrigo que o espaço...

sábado, 1 de janeiro de 2011

Previsões

E o ano passa e a barba cresce.
Esperanças envelhecem,
mas outras nascem soberbas.
Eu queria ser a espada encravada no peito da pútrida petulância.
Um dia serei.
Poderá ser até amanhã...

Selo


Ganhei esse selo do Blog Papel de Carta e muito agradeço o reconhecimento! Trabalhar é preciso e nunca parar de aprender é o objetivo.
Devemos seguir, pois o vento empurra as velas...

O que preciso fazer:

1. Colocar a imagem do selo no blog.
2. Linkar o blog que indicou.
3. Indicar 10, 15 ou 30 blogs ao selo.
4. Comentar nos blogs dos indicados sobre esse selo.

Como o resto já fiz, vou para a tarefa mais difícil de indicar blogs. Eis aqui os selecionados:


Aproveito a sobriedade do momento para desejar um 2011 cheio de saúde e conquistas para todos! Um abraço!

Márcio Vandré!