domingo, 30 de novembro de 2008

Nascer de novo.

A lama se moveu.
Abruptamente uma mão.
Um suspiro forte em seguida.
É a vida, é a vida.
E o coração querendo pulsar.

sábado, 29 de novembro de 2008

Avante

Guerreiro lidera.
Corre e ataca.
Morre.

Não abaixa a guarda.
Impunha a espada.
Espera.

O melhor momento é o que é escolhido.
O ar se afasta.
Curvando-se ao poderio da arma.

A vitória é de quem?
Não sei.
A razão para lutar é qual?

Que razão?
As glórias podem durar pouco.
A carne é fraca e cede a qualquer choque.

Os desavisados que o digam.
Não serão muitos que ouvirão o som da trombeta ao fim da guerra.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Vida e morte

Calei.
O tambor rufou pela última vez.
A platéia aparvalhada, não se moveu.
Acompanhou com os olhos, apenas.
Enquanto a tristeza agonizava no picadeiro.
Ninguém a ajudou.
O sangue grosso brotava e esguichava.
O grito de horror não foi ouvido por todos,
abafado pelo líquido que se misturava com a baba.
Afogada.
O ser imóvel.
A ovação.
O número estava completo.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Máscara



Que máscara levo hoje?
Será a do sorriso ou a que inspira pensamento?
Por que não a máscara do desejo?

O baile de máscaras na rua.
Não é festa.
É a vida.

Aquele choro não é teu.
Tire a máscara, maldito.
Quebre este invólucro em seu rosto.

Mostre o coração partido.
O sangue que escorre dele é pleno.
O sofrimento não.

Livra-te desta sombra imunda.
Cante as glórias que pode alcançar.
Conte os minutos para a tristeza acabar.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Fumaça



Olha a fumaça conspurcando o céu.
Levando tristezas e lembranças
Sabe-se lá se é de algum trem que partiu.
Não vejo.
Observo de longe o doce bailar das nuvens.
O anil se chocando com o cinza bruto.
Imundo.

domingo, 23 de novembro de 2008

(A imagem foi um pedido)




O topo da montanha não é inalcançável
A atitude do humano que o faz distante.
Renitente, tropeça e caí,
incorrendo no mesmo erro.
Afundando no próprio lamento.
Alguma mão disposta?
Voltar para a realidade não é difícil.
O liame é menor do que pensam.

sábado, 22 de novembro de 2008

Peso

Qual é o peso que a vida dá?
A lágrima que cai de algum olhar que se fecha no instante seguinte.
A gota que faz o caminho até o solo.
Se tiver sorte, poderá inebriar os sonhos de uma pretensa semente..
Viver é assim.
Andar. Movimentar o vento.
Quem sabe pode ser fazer a imaginação voar.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Pay the man

(Intro de "Pay the man" - The Offspring)





(Devaneio)
Uma vez disseram que em uma terra longínqua, onde um rei governava de forma tirana, um dragão queimaria o reino, as casas.
O exército foi movimentado. Tropas se enquadraram nas formações e esperaram por horas.
O dragão não chegou.
O batalhão, cansado, quedou e deu ensejo ao sono.

Nesse momento, o dragão que estava à espreita, atacou o reino e queimou qualquer rastro de ser humano, coroando-se com a coroa que na verdade lhe pertencia. Havia sido rei, transformado por uma bruxa. Retomava o seu posto, diante de vitória tão augusta.

Mel

Todo mel é doce?
Nenhum azeda como o leite?
Nenhum amarga como o ser humano?
Perguntas?
São tantas.
O ponto mais alto de um penhasco.
A vastidão do espaço.
Divagação.
Pessoas se traindo e se matando pelo trono do sol.
Mas poucos sabem que o calor solar não é o mesmo do coração.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Silêncio

As nuvens passam devagar.
Caminham sem ter hora para chegar em algum lugar.
Na frente o céu infinito, azul como o mar mais limpo.
Enquanto isso, os corpos mortos na terra carregam suas ossadas e afundam o chão de areia fofa.
Cada pegada deixada para trás, desaparecerá.
E o ciclo do planeta se completa a cada instante.
Nascendo, vivendo, morrendo.
Muitas vezes sem descobrir o real motivo para tudo isto.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A flor

A flor observou o tempo.
Buscou o momento de desabrochar.
Sentiu a brisa leve, convidando para dançar
O baile das flores, das rosas.
O eflúvio pairando no ar.
Nenhum ser viu isto.
Elas fizeram escondidas.
Nem eu sei porque não vi.
Senti a cantoria em algum lugar
E passei a escrever aqui.
Já é tarde no dia.
Mas ainda é cedo na vida.
A música não pode parar.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Contra o vento

Caminho contra o vento a todo momento.
Conto com a sorte,
com a possibilidade de uma lufada me levar.
Voar como pipa no céu.
Desprendendo-me dos valores materiais que cercam a carne.
Quando o ouro tiver pingado feito suor e esgotado,
eu, quem sabe mais leve,
chegue até o espaço em busca da minha estrela.

Voz

Voltando às poesias:

A minha voz não ecoou.
Perdeu-se em algum canto sem volta,
ou embriagou-se de sonhos.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Consegui gravar uns fragmentos da minha música preferida:

(Gone Away)


Sem contar as fotos, autógrafos, felicidade. :D

domingo, 16 de novembro de 2008

Que enlevo!
A platéia se funde com o som.
Cada acorde é uma gota da juventude recente que volta.
Cantar e ter os males afastados.
Nada melhor!
Eu se pudesse, voava.
Mas estou planando,
uma sensação perfeitamente aceitável.
Passado e presente em apenas um momento.
Queria parar o tempo e ter repetido o solo, a música que ecoou e que ainda ribomba na memória de algo que não pretendo esquecer nunca..

sábado, 15 de novembro de 2008

Banda

Quando criança uma música faz você passar as horas. Você acaba se acostumando com ela e logo está buscando mais coisas para ouvir.
Foi mais ou menos assim o que aconteceu. The Offspring apareceu no início da minha adolescência e ampliou os meus caminhos no mundo da música. O primeiro álbum que tive foi de presente de aniversário:



Depois a correria para comprar os demais, até chegar nos dias de hoje.
E isso tudo fica marcado na cabeça de uma pessoa.
Nada melhor que a notícia de um show que parecia impossível. Show que se realizará hoje, em poucas horas.
A emoção é grande.
:)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

...

Bem, eu estou em estado de extâse.
Hahaha.
O show do offspring é amanhã.
Sem poesia hoje, por favor. \o/

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Devaneio

Não pensei em escrever ontem.
Hoje, talvez.
Arriscar um devaneio qualquer.
Perdido na sombra,
escondido em algum pedaço de concreto que desabou.
Eu posso tocar nos pensamentos?
Moldá-los?
Ser o grande artista que opera as marionetes lá de cima.
Que céu?
Que nuvens?
As marionetes existem.
Devaneio, consegui um.
Encontrei uma poesia vaga, alguns sentimentos.
Um vão, um nada equiparado ao lamento.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Odisséia

Essa não é de hoje, mas vou colocá-la:

A odisséia de todos não é escrita.
É sofrida, é vivida.
Cada glória de um outro, um urro, um grito de dor pela parte que quedou.
E a cadência dos dias vai determinando os que irão ficar em pé,
os que com calos andarão no terreno chamuscado,
os que baleados, cumprirão a sua missão.
Quando a terra se abrir e tremer, quem sabe, os usurpadores sejam sugados.
E o planeta ficará cheio de gente sã.
Mas enquanto não acontece.
Enquanto a platéia emudece.
Vou lutando.
Vou crescendo.
Vou amando.
Buscando um horizonte onde se possa ver o pôr-do-sol, plenamente.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Rua

A rua vazia de gente.
O som dos passos de ninguém.
Só o vento bravio passa e não fica.
Levanta a poeira e ajuda a espalhar.
Tristezas?
Alegrias?
Que importa?
Não há uma única pessoa para respirar.
O banco sem gente, sem cheiro.
A calçada de cimento frio, como o mármore.
Não há sol.
Nem previsão de chuva.
O branco, tudo branco.
Não há som.
Não há mais tinta na aquarela.

domingo, 9 de novembro de 2008

Passado, presente e futuro.

O que o futuro nos reserva é um mistério.
O que o passado nos trouxe já passou e evaporou.
O presente, tema tão recorrente, é o prato do dia que não se acabou.
Fazer o que enquanto as horas passam e a badalada do relógio fica mais forte?
Caminhar sem rumo, enquanto a vida se desgasta e se perde.
A juventude levada pelo vórtice inconsciente que oblitera as memórias.
O vão iluminado ou o pretume?
A escuridão da noite não é mais que a ausência de luz.
A ausência da lembrança é o quê?
Não sei.
A ausência do ar que respiramos é morte.

sábado, 8 de novembro de 2008

Ventania

Crie a cria que te crie.
Alimente o animal que lhe dá atenção.
Seja gato ou cão.
A vida segue e o tempo corre.
O momento passa e não volta.
Segue o rumo dos que vão.
Mas sem seguir o mesmo caminho.
Com tua foice faz a estrada que irá trilhar.
Eu te acompanho e te ajudo.
Serei a chuva, a grama, o vento.

Alento?

Ostento a calma dos infelizes.
Parcos martíres.
A espada em punho não significa nada.
O escudo, quebrado, não segura o impacto de uma lança.
Dragões e canhões para derrubar muros.
Caminhos incertos.
De concreto só os pensamentos que rondam o mundo e paíram no ar.
Que me traz à mesa hoje?
Banquete de gente.
Carne podre e crua.
Fedida, nua.
Coloquem o cérebro no fogo.
Queimem os olhos, nariz e boca.
Tapem os ouvidos.

O tempo

O minuto é imortal.
Não morre, só passa.
Pode gerar tristeza ou graça.
A chuva cai, mas pode cessar.
O sol aparece e some.
Chega nuvem.
Um dia conseguirei voar sobre ela, quem sabe.
Alcançar o vento mais forte e cair
Planar sem acordar.
Parar o tempo, fixar o momento.
Prender a foto na parede.
Rememorar uma hora não esquecida.
Alguns segundos, aliás.
Alguns fragmentos do eu.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Momento

Que momento sublime tu almejas?
Ou não vislumbras nada?
O circo, a glória, o infortúnio.
És palhaço prestes a ser executado no muro,
rindo a risada da piada que ninguém entende.
Murmúrio.
O nariz que te pertences jaz caído.
Assim como todos os planos.
O mundo, o globo gira,
dança a valsa dos desavisados.
A luzes brilham.
A platéia acompanha atônita o próximo lance.
Silêncio.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Criar

Criar não é tão fácil.
Porque as palavras nem sempre formam frases.
É difícil o poeta cantar e catar as pedras mais brilhantes.
Será que aquele quadrado é um diamante?
Dia mente.
Maldito seja o tédio.
Bendito seja o ócio, criativo.
Poesia crua e cristalina.
Devaneio que cruza a cabeça entrando pelos ouvidos.
O que está sendo escrito é poesia?
É uma nuvem fria.
Pegue o guarda-chuva, a chuva vai cair.