quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Sou eu

Oi.
Sou eu.
Que bate a porta
E traz o amanhecer.

Sou eu, com o café quentinho.
Um sorriso.
E um carinho.
Querendo teu bem.

Oi, sou eu.
Me deixa entrar.
Eu trago a luz.
Sou farol.
Sou acalento.

Oi, sou eu.
Eu também canto.
E encanto.
Sou paisagem emoldurada no tempo.

Oi, sou eu.
Para que o espanto?
Eu sempre estive aqui.
Mesmo no teu pranto.
Te abracei e você não viu.

Oi, sou eu.
Meu coração bateu.
Quando te vi sorrir.
Quando te vi sonhar.
Quando caminhou mesmo depois de cair.

Sou eu.
Trago a força que você perdeu.
Sou eu.
Trago a palavra que você esqueceu.
Sou eu.
Sou eu.
Sou eu.

Oi, sou eu.
A música rara.
A pessoa cara.
Sou eu.
Sou você.
Sou todos nós.

Vai, embala o mundo.
Se respira ainda há luta.
Ainda há o que viver.

Sou eu.

Vai, voa até o espaço.
Vai para a lua.
Conquista no braço.
O que é teu.

Sou eu.
Somos todos nós.

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Sociedade

Na sociedade perfeita de hoje,
Errar é um pecado.
É a maçã do Eden.
É o atraso.

Mas como não errar se estamos sempre correndo?
Se não sabemos mais olhar nos olhos?
Se vivemos de esmolas de sentimentos?

Tratados como máquinas nós somos.
Mas ao invés de óleo, sangue nas veias.
Temos um coração que quando para de bater não tem conserto.
E não temos máquina do tempo para revisitar o que passou.

Viver ou ser sugado?
Ou morrer condecorado por glórias que não usufruiu?
A estante de troféu será só tralha no amanhecer que não pudermos respirar.

Correr para quê?
Existe tanto o que ver antes do destino chegar.

Márcio Vandré. 11.08.2021