E eu me acho no sorriso dela. Levada menina que me faz sonhar. Acredito no amor, essa coisa tão bela, faz o coração saltar pela janela. Procurando a luz que o sol não traz.
Eu, conhecedor das táticas de guerra, guerreiro mais prestigiado em todos os reinos, não conhecia a morte. Hoje, encarando-a, a temo. Sinto que minha vida está para encontrar o chão, a terra. Como a última gota de orvalho prestes a cair da folha. Não me arrependo. Até rio do que fiz. Vivi demais.
Os corvos partiram. A paz chegou no meu roçado. Vejo apenas aves brancas. O mato deu lugar a lindas rosas. No momento que eu pensei em abandonar o jardim, o sol resolveu aparecer e dar esperança. A luz representa isso. A luz que um sorriso me dá.
Ouço sempre o sopro do vento. Paro em frente à janela e observo o mundo. Queria que a paz desse momento fosse realidade. Sem guerras, sem conflitos. Não desejo ser apenas um sonhador.
Eu era pobre, desavisado. Não do metal, claro. Falo do amor. Meu coração usava roupa esfarrapada. Contentava-se com promessas, que nunca se cumpriam. Hoje vivo uma história. Sou rico, mas não da riqueza do metal. Sou rico de sonhos e, principalmente, de realidade.
A vida não é jogo de cartas marcadas. Há empenho que mude um destino. Há destino que se mude sozinho, enquanto o último sopro de vida se prepara para ser assoprado. E assim segue, nem sempre no rumo vento.
Vi a lua subir na madrugada. A sua beleza, pouco admirada. Pois só olhos de insônia poderiam ver a sua cor. Ô lua, astro admirável. Traz luz nessa escuridão. Lua, rogo para ti um imenso reinado. Não quero que esta terra em que vivo se encha de desilusão.
Quantas vidas precisei perder para chegar onde estou. Cicatrizes acumulei em busca do amor. Hoje, encontro-me pleno. Poético, sem veneno. Da cor do céu antes do sol se pôr.
Dia após dia, os humanos perdem sua humanidade. A humanidade que na verdade nunca foi deles. A palavra, recheada de egocentrismo, quis valorizar mais uma vez nós, humanos. O fato é que a razão pouco existe. A bondade é vista, mas com tons de desconfiança. Quando seremos, de fato, humanos, no sentido literal da palavra?
E passei o dia enchendo balões. Eu os soltava e eles partiam. Uns não voavam longe. Outros nem voavam. Um balão se recusou a ir. Sem medo, tomei impulso e fui com ele. Hoje, tenho conhecido o mundo. Melhor voar do que ficar preso à terra. Amofinando, sem que ninguém lhe colha, esperando pela boa vontade da chuva. Hoje eu conheço o significado de existir.
No alto da montanha, ele olhou para baixo e não sentiu medo. Acreditou que ainda poderia alcançar as estrelas. E não duvidava disso. Os seus olhos tinham asas.
Eu acredito no brilho da estrela. Desde que começou a me iluminar, calaram-se os gritos. Bem que algum mito deveria ser real. Estrela guia. Coração vivendo de magia. Momento ideal.
O rei levantou do trono. Traído por seus homens de confiança, não aquietava o olhar, nem sabia o que fazer com sua espada. O reino tinha virado as costas e fechado os olhos. Noticiara o informante que não existiria mais monarquia no amanhã. E de fato não houve. Ninguém governa a razão sozinho.