terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Em luta

O tempo é implacável.
As horas caem e perdemos os navios,
o mote,
o horizonte.
Nem vimos sair do nosso semblante a esperança.
Vivemos só de lembrança,
enquanto a dança dos anos leva o bem querer.
O que fazer para a areia não descer?
Estagnar o momento,
tal qual fotografia.
Como se não fôssemos perder para o envelhecer.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Mastigar

Não mastigo a tristeza da solidão.
Deixo o prato na mesa.
Deixo o pranto.
Vivo,
canto,
fixo os olhos no horizonte mais pleno.
Hoje a noite caiu serena.
Certamente os ventos me permitirão navegar.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Bravata

Bravamente o homem lutou.
Semente se plantou.
E os gritos de dor ecoaram pelos corredores,
com o amor sangrando pelos olhos.
Assim será a rotina.
De batalhas a poesias que amofinam.
Empoeiradas, esperando um coração para abraçar.

Má drugada

Madrugadas não tem sentido, menina. Passam devagar, enquanto o silêncio varre as ruas. As estrelas não se seguram, nem ponderam. A lua espera o sol nascer. O sono embala os sonhos. Tem gente que acredita que dormindo vai crescer. Quantas histórias na madrugada que dorme esperando amanhecer.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Atulhar

Quero encher os olhos,
não de lágrimas.
Quero tua boca rosa,
o abraço imperioso.
O seu vestido sedoso em minhas mãos.
Dança comigo, menina.
A valsa inteira da vida.
Não viva de medida.
Viva comigo e me diga o porquê de respirar.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Estrela

Êxtase.
Enlevo.
Dentre outras coisas mais.
A noite de estrelas e o céu limpo.
Profundo.
Pensamentos tão rotundos.
Cansados de esperar o nada mais.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Fera

Mar que varre o mundo,
por um segundo,
só.

Pensamento me leva longe,
me traz o passado doce que vivi. 
A criança que restou em mim 
é apanhado de firmeza com um pouco de tristeza pelos anos que passam loucamente. 
Viver, 
sem pensar no mundo que mente, 
na fera que não sente o calor do braço seu

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Temporal

"Tempo me falta. A rotina mata, fere o peito. Enterra pretensões. Mas hei de levar a vida para um parque de diversões, para fazer sorrir, voltar a acreditar que o mundo não é nefando. Tanta luz lá fora da janela, tantas cores para pintar. Não precisamos achar um vagalume para voltar a sonhar. Não podemos nos deixar morrer para só no fim entender que devemos lutar até o último respirar. Porque só assim as histórias permanecem no jardim que iremos deixar".

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Abismal

Eu gosto da voz que pulsa como um coração,
que acalenta a alma e torna o homem são.
Voz suave como melodia,
tua voz, menina,
que me faz sossegar quando o pranto chega.
Nem só de abismos se vive a vida.