terça-feira, 27 de outubro de 2015

Fini

Quando o amor acaba,
o verso dito não significa nada.
É palavra levada pelo vento.

Quando o amor acaba,
no peito não se planta,
árido terreno espanta toda forma de existência.

Quando o amor acaba,
resta o leito,
e algumas sementes a plantar.
Reconstruir o jardim.
Esperar a próxima temporada vingar.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Conquista

Queria construção.
Chegar ao céu.
Viver pelo amor.
Afastar-me da dor.
Colher gotas de paz.

Eu sou capaz de sorrir.
É preciso seguir.
E não viver do nada mais.

Canto para afastar a nuvem nefanda.
Antes que a esperança sufoque
e os sonhos queimem ao léu.

Antes que eu mesmo não me reconheça no espelho.
Perdendo a identidade que tanto lutei para conquistar.

Seca

Não tenho seca nos meus olhos.
Choro com medo do porvir.
Choro, porque sigo o coração,
ferido,
louco.
Eu não sou pouco,
mas me reduzo a quase nada.
Solto chances que são levadas pelo vento.
O pensamento carrega tormento.
Seguro a corda,
mas não acho sustento.

Cadê a luz que estava aqui?

Eu não sei por onde ir.
Nem tenho caminho mais.
Quem ler a alma me chamará de pobre rapaz.
Sou incapaz de contestar.
Eu fui ingênuo,
só queria paz.

Hoje estou aqui quedado.
Com uma lança em meu peito.
Perdi meu respeito.
Desfarelando-me como estátua de areia ao relento.

Eu só peço, meu deus, um alento.
Uma escada e uma estrela cadente.
Pra ver se de repente eu venço o sentimento ruim.

sábado, 24 de outubro de 2015

Estrada

Se eu clamo por teu canto é porque estou perdendo o encanto e tenho medo do porvir. Não quero voltar para a escuridão do poço. Nem posso. Tenho uma estrada de luz para seguir.

sábado, 17 de outubro de 2015