sexta-feira, 3 de julho de 2009

Retirante

Não adiantar olhar para trás e querer voltar.
A terra que era sentida a cada pisar está distante.
Na mente a lembrança do que resta.
O doce sorriso da infância que se deixou passar.
Agora é o horizonte incerto.
E o dia que passa lento.
A locomotiva só pára de soltar fumaça quando o destino chegar.

4 comentários:

  1. Gosto de pensar em seguir sem olhar o que ficou e, dependendo do que esteja largado para trás, melhor mesmo é nem olhar em retrovisão... Mas a memória de se 'arretirar' a memória dos 'retirantes' é algo melancólico e me remonta ao abandono original, embrionário, primordial e ai talvez sejamos todos de algum modo, retirantes indo, seguindo na viagem da vida...

    Locomotivaas e a fumaça o 'burning' o que se deixa e se queima e se esfumaça precisa ser deixado para trás e mesmo a memória dos trens e locomotivas precisam ser deixada definitivamente a fumaça é deletéria

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  2. É, mas nos pegamos muitas vezes olhando o que ficou.
    E isso traz a amargura.
    Só a foto congela o tempo. Nada mais.

    Obrigado pelo comentário, Mai!
    Um beijo!

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  3. De fato prefiro não remoer o que ficou... pois o ensamento "poderia ter feito diferente" é um torturador das mais cruéis...
    Abração

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  4. Sim, é.
    Mas inevitavelmente nós fazemos isso.
    Valeu!!

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