segunda-feira, 20 de julho de 2015

Vira a esquina

Há um vácuo onde antes existia o coração.
Terra deserta.
Não sobrou nem oração.
Os passos dados se perderam em outra direção.
Hoje não se escuta a música e a poesia que por tantas vezes iluminou este cantão.
Será que o tempo vai ocultar este momento? Sarando a dor desta canção?
Virá um frio ou uma brisa leve, acalmando este senão?

- Aquieta o peito, menino.
Vira a esquina.
Não aceita a sina de sofredor.
Não se deixe morrer por amor.
Não perca a cor.
Pinte outra folha em branco,
com esperança e pranto.
Plante uma nova flor.
A aridez do terreno logo passa.
A chuva vem lavar a terra depois da desgraça,
para do solo brotar o futuro,
tirando teus olhos do escuro,
te levando à luz do esplendor.
Logo estará voando com os outros,
forte como poucos,
não menos sonhador.

- Aquieta o peito, menino.
Não desanima.
Aceita a valsa,
procura a rima.
Verá ainda tudo por cima,
como um belo vencedor...

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