domingo, 24 de abril de 2016

De vagar

Hoje eu fui longe.
Voei.
Senti as nuvens em meu rosto.
Senti o pouco virar muito.
A esperança cresceu em meu peito.
Por um instante, fui passado, presente e futuro.
Eu fui claro e escuro.
Uma peça do universo.

Daí eu percebi que eu posso ser o que eu bem querer.
Se estrela,
sol
ou planeta.
Poeira cósmica.
Névoa.
Ou uma simples história incompleta.

Incompleto.
Incompletudes.
De tantas construções,
O homem esquece o seu desbastar.
Tantos tijolos que faltam.
Tanto pecado que beija a boca
e faz chorar.

Por eu ser único,
não significa que terei que morrer só,
fugindo de meus fantasmas,
até afastar de mim mesmo.
Até não me reconhecer em frente ao espelho.
Não posso viver esperando o melhor sem que ao menos tenha me esforçado para tanto.
Sem que, portanto, eu mereça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário