quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Quinhão ruim

Mergulhei na indiferença.
Como pode?
Você me deu clarividência.
Logo depois me tirou a luz.
Não há sol.
Não há céu.
Só a completa escuridão.

Estou ao léu.
Amargando a desilusão.
Perdi o ar.
O peito não pára de palpitar
e a tristeza me consome.
Como pode ser?
Ontem eu tinha você.
Hoje só tenho areia em minhas mãos.

Não aguento essa liquidez do mundo.
Amores duram segundos.
Vidas vividas em vão.

Eu só quero plantar.
Eu só quero colher,
um coração.
Chega de tentar apanhar o ar.
Chega de me deslumbrar.
Por tão pouco quinhão.

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