quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Fugi

Eu fugi da linha.
Cansei.
Aceitei a sina.
Falei.
Valsei sozinho.
Tombei.
E senti o solo que eu tinha deixado de pisar,
por querer voar demais,
por sonhar sem âncora,
por navegar sem bússola.


Matei.
Um pouco de mim.
Não sei.
Se será o fim.
Pensei.
Que o amanhecer poderia mudar o que sinto.
Me enganei.
Porque o amanhã não tem poderes.
E o hoje é vazio pelo excesso de ontem.
Pelas sementes que não soube cuidar.
Por ter apostado em vasos errados.
Em épocas erradas.
Em direcionar poesias que não seriam capazes de abrir qualquer coração.

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