sexta-feira, 19 de junho de 2009

A cura?

Pega a cadeira e senta. Escuta minha história sem glória alguma. Se antes contra a multidão eu nadava, hoje me aproximo dela, tornando-me o bestunto que combati outrora. Quem dera poder falar de vitórias, mas acumulo no peito uma série de malogros e revoluções perdidas. A flâmula apagou-se. E o deserto roubou a água doce que nunca mais bebi.
Se antes eu falava nunca, hoje não falo, só escuto. Acompanho o assobio perdido do vento, sem intento a perseguir.
Quero voltar a sentir o brio e o furor que me faziam sorrir. Digladiar sem o medo da morte. Perder-me nas lembranças dos eternos amanhãs que anoiteceram no meu último penar.

2 comentários:

  1. O nunca como o sempre não são verdades, sabe, Vandré.O sempre é nunca e opostamente, nunca é sempre o que não buscamos no agora.

    Belo porém melancólico texto.
    Fica bem.

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  2. E a valsa continua a tocar sem que ninguém ouse dançar...

    Obrigado pelo comentário, Mai!
    Um beijo!

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