Chovia. No meio da madrugada, corria um homem sem rumo. Carregava, além de suas roupas, um pequeno relicário. Não era vigário, nem possuía crença alguma, mas parou em frente a uma igreja. Lágrimas salgadas se juntaram à água que brotava do céu plúmbeo. Em sua cabeça, entretanto, nenhum pensamento.
A chuva incessante e nenhuma música. Nem pessoas na cidade. Melancolia exacerbada num quadro, pintado com os dedos de algum ser, inacabado.
- Eis nós que somos incompletos. - Falou o homem.
- Eis nós que nos entregamos às tentações e paixões do corpo.
- Eis nós que matamos, roubamos e gargalhamos ao longo da fogueira.
- Eu condeno a todos, inclusive a mim...
Relicário ao chão. Fotos, impressões, tintas diluídas colorindo ruas. Silêncio. Alvorecer. Passos longínquos. Cantoria dos pássaros. O sol e o confessionário.
A chuva incessante e nenhuma música. Nem pessoas na cidade. Melancolia exacerbada num quadro, pintado com os dedos de algum ser, inacabado.
- Eis nós que somos incompletos. - Falou o homem.
- Eis nós que nos entregamos às tentações e paixões do corpo.
- Eis nós que matamos, roubamos e gargalhamos ao longo da fogueira.
- Eu condeno a todos, inclusive a mim...
Relicário ao chão. Fotos, impressões, tintas diluídas colorindo ruas. Silêncio. Alvorecer. Passos longínquos. Cantoria dos pássaros. O sol e o confessionário.
Márcio, isso me lembrou um livro que estou tentando acabar de escrever que se chama "O conto dos 7 dias" e ele começa justamente com um rapaz correndo em direção a Igreja pra se consolar com o padre.
ResponderExcluirPena que comecei a uns 3 anos e não acabei ainda.
Muito bom o que escreveu.
abs
Eis nós que somos imperfeitos e culpados por nossos atos, nesses casos o relicário não faz milagre, mas serve de consolo na hora do desespero!
ResponderExcluirBelíssimo texto!
Beijo, Márcio!
Embora cético perante à tudo, ele ainda tinha resquícios de quem sabe ter alguma salvação...
ResponderExcluirMuito bom...:)
Bjo
Valeu, Daniel!
ResponderExcluirEu também tenho um livro.
Quero concluí-lo logo!
Um abraço!
Marília!
Um muito obrigado!
E um beijo pra ti!
Andrea!
Céticos, às vezes apelamos. A lágrima rola.
E só.
Um beijo!