sábado, 10 de outubro de 2009

Velhice

Não vejo há um bom tempo. A palheta de cores se deixou invadir pelo preto.
Não escuto também nem o mais reles sonido de qualquer pássaro bravio.
Nunca mais toquei em sequer uma pétala de rosa.
E abandonei meus gostos, e os perfumes que não mais sinto.
Que esperar da vida a não ser a morte?
Ouço o relógio badalar a cada hora passada.
E o ser ossudo, cheio de mágoa, mais uma vez tarda.
Certamente não virá.
Assim como ninguém veio.
Não são todos os que conseguem escalar um devaneio.

2 comentários:

  1. Marcinho,

    Muito bom esse texto.=)

    Mas, mesmo quando a velhice chegar, cabe a nós não permitir que ela nos prive dos prazeres de antes. Que a gente continue ouvindo os pássaros, tocando as rosas e vivendo. =)
    Que os nossos espíritos continuem jovens, não importando o que diga o passar dos anos!

    Lindo, como sempre. =)

    Menino talentoso...

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  2. OBrigado Laisinhaaa!
    A velhice pode chegar antes da própria velhice.
    Aceitá-la ou não...
    Eis a questão.
    Um beijo!

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