quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Trôpego

Cada vez mais, cada vez menos.
Dança devagar o pêndulo do relógio,
como se pudesse parar o tempo.
Mas o tempo não se entrega ao cansaço.
Nem eu me entrego.
Não nego os sinais de calvice.
Não nego a velhice que bate, trôpega, à porta.
Esses olhos viram histórias que já viraram lendas.
Mantenho ainda acesa a chama de um jovem que deseja amar,
mas encontra em sua sina a aridez exemplar de um deserto no meio do oceano.

6 comentários:

  1. pronto, puxei a cadeira, sentei por aqui.
    posso?
    gostei de ouvir.
    beijo.

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  2. "Cada vez mais, cada vez menos", excelente sacada a sua.
    Nasceste "há dez mil anos atrás" para ter escrito esse poema? hehe...

    Muito legal, gostei!

    Beijos.

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  3. O segredo é não deixar a chama, mesmo que pequena e quase acabando, deixar de existir!

    Beijujubas

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  4. Calma, que esse deserto, ainda vai se inundar, é uma questão de tempo...

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  5. Acredito ser o contrário, os relógios andam cada vez mais rápido, mas a calvície não desacelera em nossas cabeças. São os sinais do tempo.
    abs

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