Disseram ao poeta que ele não poderia mais se alimentar de sonhos. Entristecido, foi ao alto do cume chorar as suas lamentações, embora estivesse ciente que ninguém escutaria. Vieram dias e noites. Chuvas e ventanias. Sol em demasia. Alucinado e com sede, quis descer o cume, mas a vista, além de obnubilada, começava a clarear. Seu corpo inerte foi de encontro ao solo, duro como uma pedra milenar. Os versos não voltaram a ser gravados nas folhas, que permaneceram brancas como os lírios que o poeta usava para se inspirar.
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