terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Processo

Acerbo, não?
Sente o gosto
e cuspa fora.
Esse é o malogro,
duro como uma pedra,
cortante como um machado afiado.
Estou cá separado de meu corpo.
A alma paíra sem ir nem vir.
E agora não há pôr-do-sol que me retire da prostração.
Armas ao chão,
visão baixa,
pensamento distante.
Eu sou um coração errante.
Sou sábio de nada.
Queria saber para qual lado é a frente.
Queria e não posso.
Um barco pára no meio da lagoa.
Garças voam.
Corvos exploram o espaço.
Flechas caem como chuva.
Será o fim de mais um amanhecer?
Não será!
Guerreiro morto não conta história.
Feridas cicatrizam.
Viram glórias.
Olhos chorosos tornam-se lentes de aumento.
Choro que pode ser impulso para uma vitória.

3 comentários:

  1. Como sempre lhe falo, estamos juntos... Vc sabe que vc é capaz...

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  2. "Olhos chorosos tornam-se lentes de aumento".

    Oh, espero que sim. Espero mesmo.

    Beijo.

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  3. vamo ki vamo Márcio, não podemos deixar o trem parar...

    conte comigo para quase tudo (^^).

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