sábado, 4 de abril de 2009

Caçado

Ruge o leão.
Começa a caça.
Abruptamente acordo
e fujo.

De longe, ouço passos.
Mantendo essa constância, viro presa fácil.
De modo que agora nem pisco mais,
Só corro.

Enjaulo-me na tensão que transmito.
O corpo almeja ficar hirto.
Paro e penso.

É a floresta ou a cidade?
Cheia de bichos.
Bicho-homem.
Carniceiro.

Há silêncio
no meio das buzinas e sonidos de frenagem.
O vermelho do sinal
é o mesmo do sangue que espalha na esquina.

Um outro ser vencido.
E agora a chuva,
que lava e esconde a morte.

Qeu forma de entregar a vida.
A bala, inimiga, se aproxima,
enquanto eu assopro a água,
querendo criar bolas de sabão.

Quem sabe muito tarde,
tarde demais.
O meu destino é o chão,
impávido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário