quarta-feira, 21 de abril de 2010

Eros


(Pintura de Bouguereau)

Indigna esta profissão de arqueiro.
Não há quem aplauda quando há um êxito.
Todos reclamam, entretanto, do malogro.
Rogam pragas.
Mandam plantar a semente febril da loucura,
sendo que já a possuo.
Caso contrário, não conseguiria atirar.
O amor não se guia só.

7 comentários:

  1. Arqueiro e prisioneiro do sentimento... e poeta.

    Fardo pesado.

    Belo escrito!

    Beijo.

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  2. Márcio,
    (In)digna esta profissão de poeta: o verso (não) se guia só...

    Abraço poético,
    Pedro Ramúcio.

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  3. Não mesmo! O amor é a vítima ou o que vitima. Do lado arqueiro ou do lado fecha... ele sempre há de ser mordaz! Abs meu caro.

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  4. "sendo que já a possuo, caso contrário nçao conseguiria atirar"

    Não preciso dizer mais nada, ne? O amor utópico as vezes é melhor do que o real.
    Platonismo, se controlado, favorece a sanidade(?) e a poesia.

    beijo

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  5. Arqueiro ou alvejado, arco ou alvo, a alcunha da loucura restará. A poesia é alento.
    Beijos, Márcio

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  6. as coisas que tu escreve sempre me atingem de maneira tão certeira. dá até medo.

    beijo.

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