Eu vi as balas serem disparadas contra o morto.
Eu vi a correria do povo.
O murmurinho e a jocosidade dos outros que não se importam.
Apontem para o corpo!
Sigam o rastro do sangue!
Passem a língua no asfalto!
Porcos infames!
Só buscam estampar uma foto no jornal...
Algozes, atrozes, humanos.
ResponderExcluirForte!
Beijos,
Mai
eu já vi várias coisas absurdas.
ResponderExcluirvi roubo.
sofri assalto.
vi uma criança sendo atropelada, e sua coluna vertebral ser reduzida a carne moída no asfalto quente, em um dia comum, qualquer...
vi jovens serem espancados sem motivo.
em nenhum destes casos, inclusive o meu, as pessoas se motivaram a ajudar. se motivaram a, sequer, compartilhar a dor com um irmão.
falo isso não só por mim, falo por todos que vi, e pelos quais não podemos fazer nada.
um dos meus chefes está agora ajudando a família de um dos empregados da fazenda que ele possui. ele, o caseiro, morreu num violento acidente de carro há 1 mês atrás. a família agora corre contra o tempo para solicitar o DPVAT, e o meu chege está lá ajudando.
sabe qual é o problema?
somos poucos contra muitos.
muitos injustos.
poucos solidários.
mas, ainda, prefiro ser solidária.
ainda que me doa saber que sou uma gota no oceano. e que o pouco que eu faça, ou fizer, pode ser muito para alguém.
obrigada pela reflexão, Vandré.
sei da sua indignação, mas olha o que vc fez comigo?
me fez refletir e me abriu um pouco de esperança.
sinta-se confortavelmente abraçado, pois penso que esteja precisando, diante da barbárie.
Sim.
ResponderExcluirUm nunca faz nada pensando que o outro pode fazer.
E o outro pensa assim até que o ciclo fecha e ninguém faz nada.
Como fala a Mai.
Algozes, atrozes, humanos..
Um beijo!