sexta-feira, 29 de maio de 2009

Extremo

Suspensa.
A poeira do espaço.
O pó de estrela.
Disfarço.
Meu copo cheio é de soda caústica que bebo todo dia.
Alguma alegria.
Nuvem fria que passou.
Esta carregada de lamúria do povo que chorou.
Do choro veio o rio.
Do rio veio a enchente.
Da enchente veio gente em desespero.
Tratem-nos com esmero.
Somos os donos do mundo,
só não sabemos...
Esperamos milagres profundos.
O céu responde com um trovão vagabundo.
Nauseabundos, os homens inermes caminham para o cadafalso.
O precipício queima os fogos do inferno.
Os corpos vaporizam como fumaça, que some para os olhos desavisados.
Eu não guio a lança que conduzo.
Ataco os corações que nego, sem querer.
Parto e nunca volto ao mesmo lugar.

5 comentários:

  1. vou direto à inspiração que tiveste.
    sou piauiense de nascença, e me dói ver meu povo sofrer.
    onde estamos nós, meu Deus? onde estamos?

    mas não vou me aprofundar nisso, não agora, que já estou fragilizada demais com tantos assuntos.

    mais uma vez, inércia.
    dá nojo de mim mesma, às vezes.

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  2. p.s.: piauiense de nascença e coração.

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  3. Hehehehe.
    Eu fico perplexo com a ineficácia de tudo.
    Estamos entregues às moscas.
    Uma pena ;(

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  4. Não estamos entregues porque tu consegues dar voz e, de algum modo, alguém lerá o teu canto, teu protesto, tuas palavras cidadãs.

    Vandré, preciso dizer que gosto muito da sonoridade de tuas palavras.

    carinho,

    mai

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  5. E enquanto permanecer altivo essa voz estará ativa.
    Obrigado pela força e pela consideração de sempre!
    Um beijo, Mai!

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