- Sabe, irmão...
- Hum...
- Essa lua não existe.
- E o que é isso que vemos?
- Alguma miragem, muito provavelmente.
- Então o que é real?
- Acredito que praticamente nada.
- Nada?
- Nada! O que está além da palma da minha mão simplesmente não existe.
- E essa conversa?
- Alguma elucubração ou um cotejo ensimesmado.
- Isso é loucura, cara! Deve procurar uma folga no trabalho.
- Não adianta sugerir isso. Não há emprego. Não há vida.
- E o que é essa maldita conversa?!
- Sabe, irmão, eu já tive pensamentos mais calmos. Nunca tão contestadores como você.
- Que surto é esse?
- Olhe seu braço.
- Sim, está aqui.
- Agora pisque e olhe novamente.
- Ainda está aqui! Nunca vi conversa mais descabida!
O homem furioso oblitera enquanto vai caminhando para deixar o recinto.
A sala desvanece.
Só o branco do vazio.
Uma gargalhada. O filósofo regozija e puxa um trago do seu charuto.
- Venci de novo.
putz!
ResponderExcluirtrilôco!
eu acho que a resposta está nas últimas linhas da conversa.
olha teu braço.. agora pisque..
e ele não está mais lá.
na verdade, nós nunca estamos, Vandré.
em nenhum lugar.
mas se algo fizermos, estaremos sempre!
imagem não é nada.
sede é tudo.
e quando a obedecemos, é que nos tornamos.
O importante é conseguir deixar uma marca ou qualquer lembrança.
ResponderExcluirUm dia irão achar a pegada ou o risco de faca que deixamos impresso na parede.
Obrigadão pelos comentários de sempre!
Um beijo!
Como eu disse, seu blog me deixa mais confusa a cada dia. São tantas percepções de mundo que nunca tive, são tantas perguntas que jamais ousei fazer... E sempre uma reflexão que não cessa.
ResponderExcluirEstou adorando isso!
Hahahaha!
ResponderExcluirE o pior que tá vindo mais por aí.
Hahaha!
Beijão, Dêdê!
=*
Olá, Vandré.
ResponderExcluirChego aqui por indicaçao da Sandra. E eis um tema para me encantar - O Homem. Percepção, sensação, pensamento e linguagem.
Neste texto - filosofia que para mim é mais que elucubrações - a atriculação do pensamento e a ação. Vida e chão. Organização cotidiana.
E do que fala teu texto senão disto que é o mundo e o meu mundo. O intrapsíquico e o mundo esterior à nós e que como diz o lenine -
"...do meu olhar prá fora, o mundo é só miragem..."
Mas no existir, vamos sendo e vamos construindo ...
Caminhada, nesta estrava e palco, somos viajantes, não?
Belo texto.
Estou te seguindo.
Abraços,
Mai
Nossa, quantas percepções e sentidos tu consegues ver.
ResponderExcluirE como abrangeu o tema!
Obrigado pela sua visita!
Um abraço!