terça-feira, 19 de maio de 2009

Presente passado

Porque o humor ácido me bate a porta e corroi o trinco.
Porque este vinho que tu bebes não é tinto.
Eu aponto o dedo na tua cara e rio sorrisos intermináveis e febris.
A cura do louco é um pouco da sanidade que lhe falta.
A cura que mata e amarga a ausência do nada.
Eu não sinto dor.
E o calor desmitifica a cor de qualquer objeto.
O mundo preto e branco, tão lúgubre quanto a canção que roda no vinil.

2 comentários:

  1. Ora diria Edgar Allan Poe:
    " Tornei-me insano com longos intervalos de horrível sanidade..."

    Nem os loucos suportam a integralidade do tempo na loucura, nem nós aguentamos a lucidez sem os felizes intervalos de insanidade.
    Excelente!

    Carinho,
    Mai

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  2. Mai!
    Obrigado pelo comentário, mais uma vez!

    Nós precisamos de tudo um pouco e isso é fato. :)

    Abraço!!

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