Traziam imensos canhões.
Subirão até o morro.
Destruirão as motivações.
Se um ser apolítico se manifestar,
provavelmente seu grito irá se calar.
Pois o turbilhão onipotente do mais alto escalão
cansa-nos até que queiramos deixar de viver.
Não existe censura expressa.
Tácita, entretanto, pode ser vista aos tamancos em qualquer bueiro vil.
Ô opulência que deixa os mais inermes inertes.
Ô senhorio sem escrúpulos que nos oprimem com o dedo como formigas,
preparem-se e cuidem-se para que nossa coragem não persevere.
Caso contrário, quebrarão-se as lâmpadas.
Faltarão balas em armas de fogo.
Pois o povo é que devia ser o mais temido.
Infelizmente, o voto acaba com tal ideal.
Democracia irreal.
Glória na mão de poucos.
Pão na mesa é o que falta,
enquanto um aristocrata ri e baba.
Não quedemos mais.
Vejamos o pavilhão nacional que balouça!
As estrelas que dia após dia iluminam a noite.
Os animais selvagens que não coadunam com nenhum açoite...
Esse seu poema me fez lembrar de um que fiz com a mesma visão:
ResponderExcluirLevante
Dia virá
Que ouvirei gritos,
Subirão os muros
De lamento e ritos.
Ouvirei temores,
Quebrarão tambores
E terão passado
Pelos teus portões.
Choverá rancores,
Bradarão espadas,
Puxarão correntes,
Matarão serpentes
De afiados dentes,
Sem consolação.
Tremerão horrores,
Ouvindo a trombeta,
Que grita um brado:
Estão dominados,
Somos um país!
Não é fácil assistir tanta impunidade...