terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Abrigo

- Sabe, meu filho. Eu gosto da noite
- Por quê?
- Porque é quando eu durmo e esqueço que estou viva.

Com essas palavras ela terminou a conversa. Fiquei perdido em pensamentos. Como se a parte da terra em que piso se desgrudasse do solo e me levasse para longe. Engoli em seco e me pus na pele daquela senhora com olhos tão macambúzios e distantes. Não consegui, entretanto, decifrar pensamentos. Também não poderia, não possuo tal poder. Limitei-me a fazer um duelo com nossos silêncios.

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