A força faz brotar o sangue, que transborda do meu cenho e inunda a terra vazia e seca.
Eu não ligo para o que me cerca.
Apenas fechos os olhos e deixo-me guiar.
As costas aguentam os chicotes que cortam a carne, num bailar lúgubre quase imperceptível pelos seres que habitam esse pedaço de chão.
Vejam as caveiras brotarem com o estalar dos ossos outrora hirtos.
Vejam e aplaudam o grito da águia-mortalha.
Outros cairão e não levantarão.
Vigilante, o arqueiro cego, portador da flecha inconsciente, mira sem analisar o coração que no corpo bate.
Eu não movi este muro!
Só angariei uma modorra, que a cada dia me corroi um pouco da esperança contida na alma.
Eu acho mesmo que este local será meu túmulo,
que a parede será minha lápide.
E que o meu epitáfio, escrito com saliva, trará a máxima desconhecida que nenhum olho poderá enxergar.
Eu não ligo para o que me cerca.
Apenas fechos os olhos e deixo-me guiar.
As costas aguentam os chicotes que cortam a carne, num bailar lúgubre quase imperceptível pelos seres que habitam esse pedaço de chão.
Vejam as caveiras brotarem com o estalar dos ossos outrora hirtos.
Vejam e aplaudam o grito da águia-mortalha.
Outros cairão e não levantarão.
Vigilante, o arqueiro cego, portador da flecha inconsciente, mira sem analisar o coração que no corpo bate.
Eu não movi este muro!
Só angariei uma modorra, que a cada dia me corroi um pouco da esperança contida na alma.
Eu acho mesmo que este local será meu túmulo,
que a parede será minha lápide.
E que o meu epitáfio, escrito com saliva, trará a máxima desconhecida que nenhum olho poderá enxergar.
O que nos cerca? Cercas, muros, grades, paredes, divisórias? Qual separação nos escravisa? Dominação e submissão?
ResponderExcluirDébito e cobrança ou o ressentimento nos escravisa bem mais do que supomos?
Não saberia responder por ti.
Mas, aqui neste texto, há o sangue, a parede a cerca, o túmulo e um epitáfio por fim - ao final, tudo e todos - Poderosos ou escravos cotidianos, seremos o mesmo, seremos iguais, queiram, ou não.
Texto forte!
Gostei outra vez.
Abraços,
O caminho a seguir é o mesmo. Afinal, a morte é o final para todos.
ResponderExcluirO que nós que podemos fazer é mudar a rota para obter longetividade, ou mesmo para aproveitar melhor esse espaço de tempo tão curto!
Obrigado pelo comentário, mais uma vez.
Um beijo grande!
Afinal a vida é uma desconfortável submissão, mas poucos o sabem...
ResponderExcluirPassa no meu
;)
Sim, porque estamos presos a alguns valores intangíveis.
ResponderExcluirTão solidificados como a rocha mais velha.
Obrigado pelo comentário.
Espero que volte.
E muitas pessoas estão mortas mesmo vivas, porque fizeram da mente sua prisão.
ResponderExcluirE quem se aprisiona dessa forma geralmente joga as chaves fora.
ResponderExcluirE não volta.
E não volta...
Sempre o mesmo disco arranhado.
Sempre o mesmo tom.
Beijão Bruna!
Obrigado pelo comentário!
lindo, lindo, lindo.
ResponderExcluirdá pra casar essa tua postagem com a minha 'homenagem'.
dominação e dominado.
e a flecha da verdade disparado por um cegueta.
já reparou que apenas os cegos são capazes de enxergar realmente?
Porque a pessoa que não tem visão abstrai de tantas coisas.
ResponderExcluirPodiamos fazer esse exercício de observação.
E silenciar um minuto, talvez dois. Para assim melhorarmos nossa percepção! :)
Um beijo Sandra, obrigado pelo comentário!
Esse foi dos fortes! Aproveitei e li os outros que nçao tive tempo antes. Você é fantástico.
ResponderExcluirAgradeço demais a audiência.
ResponderExcluirObrigado mesmo pelo comentário!
Espero que retorne!
Um abraço!