O ponto de ônibus quase vazio. Duas pessoas esperam para seguirem os seus destinos. O sol já ameaça encerrar o dia para dar lugar à noite. Um fala:
- Como demoram esses troços, não é?
- Sim, responde a outra pessoa.
O primeiro faz menção de olhar o relógio. E apontando para o horizonte, diz:
- Não temos mais tempo para ver o pôr-do-sol.
- Eu nunca tive, responde a segunda pessoa.
Isso leva a um minuto de silêncio. Talvez dois. Três no máximo.
É o tempo que o ônibus vem. A primeira pessoa avança um passo, com ar satisfeito por poder finalmente tomar o rumo de casa.
Uma curiosidade o assalta e o faz tornar o cenho para trás. Fato que gera certos questionamentos, pois a segunda pessoa, que tivera uma conversa rápida, não estava mais lá.
Decerto que passou a viagem pensativo, evocando a insanidade que julgara ter desaparecido.
Enquanto o transporte se perdia num devaneio, tragado pela névoa soturna do inconsciente.
- Como demoram esses troços, não é?
- Sim, responde a outra pessoa.
O primeiro faz menção de olhar o relógio. E apontando para o horizonte, diz:
- Não temos mais tempo para ver o pôr-do-sol.
- Eu nunca tive, responde a segunda pessoa.
Isso leva a um minuto de silêncio. Talvez dois. Três no máximo.
É o tempo que o ônibus vem. A primeira pessoa avança um passo, com ar satisfeito por poder finalmente tomar o rumo de casa.
Uma curiosidade o assalta e o faz tornar o cenho para trás. Fato que gera certos questionamentos, pois a segunda pessoa, que tivera uma conversa rápida, não estava mais lá.
Decerto que passou a viagem pensativo, evocando a insanidade que julgara ter desaparecido.
Enquanto o transporte se perdia num devaneio, tragado pela névoa soturna do inconsciente.
Sabe, Vandré,
ResponderExcluirTenho argumentos consistentes para sustentar que, a 'loucura' no modelo que ai assistimos, foi inventada e teve sua gênese, no pós revolução francesa.
A partir da arqueologia da história da loucura na idade clássica e os estudos acerca dos micropoderes, panopticons, vigilância e controle social,
encontramos relógios, a exacerbação da técnica promovendo os fenômenos que neste teu texto relatas e retratas, tão bem
Gostei de ler.
É isto mesmo .
A loucura é algo tão abstrato.
ResponderExcluirAcredito que esse texto contenha só um tipo dela.
São várias, umas escancaradas, outras disfarçadas.
È um mundo louco esse que vivemos!
Um beijo e obrigado pelo comentário!
E, de momentos quase ataráxicos, flutuam as mentes em torno dos debéis corpos.. Talvez um dia seja mais do que vazio, talvez um dia o vazio seja penetrado e na matéria escura nos possamos reinventar e o mais louco de todos agora irá evocar seu novo reinado por lá...
ResponderExcluirQuiçá os loucos estejam certos.
ResponderExcluirQuem sabe a lança erguida contra o ócio não seja descabida.
Precisamos criar.
E tomar o rumo do infinito.
Obrigado pelo comentário
Um abraço!