Ergo-me.
É o momento.
Preciso ser preciso.
Cansei de mandar flechas longas que cairam pela força do vento.
Aqui está o alvo.
Devo me concentrar e acreditar que posso.
Sinto a sonoridade do ar,
o canto dos pássaros,
a divagação lamuriante de algum poeta.
Conecto-me com a realidade e a fantasia.
Sou misto de sonho e murmúrio de um ser que acabou de acordar.
A hora chega.
Não quero errar.
Não vou errar.
A vida não me traz a possibilidade de outro malogro.
Postura.
Confio na minha envergadura.
A glória será agora.
Preparo o tiro.
A flecha, o suspiro de alguém que quer amar.
Segue o rumo, o norte.
O tempo, magnânimo, gera expectativa.
Fecho os olhos.
Sou o alvo e o tiro.
Sonido.
Aplausos da platéia que nunca vejo.
Curvo-me agradecendo às palmas.
A cortina se fecha.
Silêncio.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMarcinnn! Adorei! O que um bom escritor pode fazer com uma pequena ideia, uma frase, uma diálogo. Adoreiii!
ResponderExcluirO poema tem um final e ainda estarei esperando pelo final. Coragem sempre arqueiro!
beijos =***