Eu tenho medo do medo.
Tenho medo do sossego.
Do pensamento que o sossego traz.
Traz e volta feito maré.
Soberbo, conto vantagem para o vento,
mas estou inerme.
Inerte como uma gárgula.
Vigilante.
Vigio e não puno, se não a mim mesmo.
Caminhando a esmo,
rumo ao infinito impensado.
Nada sensato.
Sorrio, preocupado.
Talvez cansado.
Velho demais.
A minha mão enrugada que aponta o norte quiçá esteja errada...
Eu posso fechar os olhos e correr.
Correndo posso cair.
Caindo posso ficar, na lama.
Sentir o gosto do barro que piso.
A terra úmida pode me devorar como besta faminta.
Sucinta e particular como nenhuma outra.
Assim a paz reinará.
Quem sabe?
Provavelmente alguns pássaros irão piar,
mas o sol não deixará de se levantar altivo.
Iluminando, com sua luz crepuscular, cada recanto escondido.
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