Há fumaça no vento. E meu equilíbrio, ela carrega. Só ouço os estalos de trovões chicotearem a torre. Tento tapar os ouvidos, impedindo seus gritos de horrores. De nada adianta. Acampo-me numa pedra, tentando me cobrir com um jornal antigo. Mas a chuva apaga minha fogueira. Retiro dela, o caldeirão de sonhos que juntei, pendurado em um estábulo de metal. Eles borbulham flamejantes, me pedindo para serem salvos. Eu os derramo no chão. Mas antes, os benzo fazendo o sinal da cruz, para que descansem em paz. Vejo seus estalidos coloridos encharcarem o poncho da terra que arde de olhos abertos. Não consegui. Eu não consegui gente. Faço uma perícia das minhas qualidades humanas. E tudo o que vejo é destrutivo e sem sentido. Minha mãe me manda calar a boca. Enquanto minha alma sai do corpo tocando um violoncelo.
Porém... No fundo do peito sempre há um resquício de sentimento que é capaz de abrandar qualquer ira, abrasar qualquer carvão incandescente...
ResponderExcluirBeijos!
Seu poema me levou a este instante de minha vida:
ResponderExcluirHá fumaça no vento. E meu equilíbrio, ela carrega. Só ouço os estalos de trovões chicotearem a torre. Tento tapar os ouvidos, impedindo seus gritos de horrores. De nada adianta. Acampo-me numa pedra, tentando me cobrir com um jornal antigo. Mas a chuva apaga minha fogueira. Retiro dela, o caldeirão de sonhos que juntei, pendurado em um estábulo de metal. Eles borbulham flamejantes, me pedindo para serem salvos. Eu os derramo no chão. Mas antes, os benzo fazendo o sinal da cruz, para que descansem em paz. Vejo seus estalidos coloridos encharcarem o poncho da terra que arde de olhos abertos. Não consegui. Eu não consegui gente. Faço uma perícia das minhas qualidades humanas. E tudo o que vejo é destrutivo e sem sentido. Minha mãe me manda calar a boca. Enquanto minha alma sai do corpo tocando um violoncelo.
Me deu vontade de te contar.
Seu post,
Devastador.
Te entendo. Me entendes.
Demais! De revolver...
ResponderExcluirBeijo.
Vou queimar-me na fogueira das sensações com a intenção de que meus pecados possam ser vitimados!
ResponderExcluirAbs poeta.
ótimo.
ResponderExcluirbeijo.
Me ensina
ResponderExcluirA juntar as palavras assim...
A fazer tantos sons diferentes.
Adorei