segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O Humano

Entre anjos e demônios, eu sou o meio termo. Humano.
Não tenho asas e nem tridentes.
Carrego no peito lembranças contentes
e agruras que deixariam adocicado qualquer limão.

Eu sou, irremediavelmente, humano.
Dono de terras nunca antes visitadas.
O senhor do universo.

O sol se curva perante meu sinal.
E então vem a noite.
As estrelas são o orvalho do espaço.

Eu sou o que sonha.
O que abomina.
O próprio monstro imaginado.
Assassino frio, mal amado.
Pescador de ilusões.

Eu sou o que clama.
A alma que se apequena.
A intensa chama.
O olhar que envenena.

Mortal.
Efêmero.
A vela que apaga com o tempo.

7 comentários:

  1. Forte, belo e cheio de subjetividades.

    É sempre adorável ler-te.

    ResponderExcluir
  2. Você é lindo e terno, exatamente como seu texto!!!

    Beijos e saudades!

    ResponderExcluir
  3. Humano: frágil e impotente.
    Gostei do texto!

    Um abraço,
    Doce de Lira

    ResponderExcluir
  4. Essa tua nunca se apaga.
    É um dilúvio de iluminâncias...


    Te abraço com força.

    ResponderExcluir
  5. A vela do ser demasiadamente humano se apaga, mas pode deixar rastro por vários lugares dependendo de como foi essa estágia em vida.

    Gostei quando diz que estamos entre o céu e o inferno. É uma pura verdade.

    abs

    ResponderExcluir
  6. Ser humano e ainda se crer divino. "A vela que apaga com o tempo."

    ResponderExcluir