segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Perturbador

Derrubei os metais no abismo.
Agora sou um ser nu para o mundo.
Não serei motivo de regozijo para ninguém.
Nem posso.
Nem quero.
Exterminar as máscaras, é o que espero.
Ainda sonho em sorrisos quebrando o mármore frio,
em estrelas cadentes realizando pedidos inocentes,
ou no simples raio solar.

A cada dia que passa, perco a humanidade.
Reencontro pedaços dela, às vezes.
Pálidos e temerosos.
Olhares aflitos.

Olho-me no espelho.
Não há reflexo.
Não há nexo nas realidades criadas pelo meu pensamento.

4 comentários:

  1. Gosto da introspecção aflita. Gostei do escrito, parabéns.

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  2. O nexo refletido é sempre desconexo, paradoxal.

    Beijo.

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  3. O que é a humanidade?

    Não acho que, sendo humano, seja possível perdê-la -- e é lógico.

    Fantasiamos demais sobre o que as pessoas são e o que elas devem ser. Mais felizes seriamos se vivêssemos o que somos e não nos julgássemos por isso. "Viver é melhor que sonhar.".

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  4. É possível sim perdemos a humanidade. Quando perdemos a sanidade, por exemplo.
    O termo humanidade não está intrínseco ao fato de sermos humanos, mas de agirmos como os humanos deveriam agir.
    Pense nisso.

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