sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Último Romântico

Para que poesia, meu caro? Ontem vi inúmeras delas numa lata de lixo virando a esquina. Eu sou curioso, as li e todas falavam de amor. Mas este sentimento tão mencionado me abandonou. É, vim morar aqui na rua da miséria. O sorriso meu é uma máscara. Olho no espelho e parece que perdi a função dos músculos da bochecha. É triste. Um homem não deve morrer só. Meu caixão está esperando. Encaro-o todos os dias na sala. E é um cotejo silencioso. Devo tocar o sino e chamar o ser abstrato em formato de caveira ou aguardar com a esperança de um menino? Não há resposta. Não sei se fiquei surdo ou se minha vida é um cinema mudo. Sei somente que sem cor já está.

4 comentários:

  1. Nossa Márcio, esse foi de arrepiar.
    Para coloRIR posso te emprestar meu giz cera, um que guardo na escrivaninha. O que acha de desenharmos um sorRISO? De preferência àqueles com covinha.

    :)

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  2. A beleza das cores é incomensurável. Porém, são raros aqueles que enxergam a misteriosa beleza em tons de cinza.

    Permita-se!
    E então, quando menos esperar, o tão mencionado sentimento irá lhe envolver. E aqueles tons cinzas transmutarão em cores vivas... cor do amanhecer...

    Beijo!

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  3. concordo com vc....
    em numero genero e grau
    já não ouço não vejo nem sinto nada,
    minha tem sido um cinema mudo em preto e branco...
    tudo perdeu o sentido...

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  4. Vou apertar suas bochechas(elas servem pra isso tbm rs)e te afastar daquela moça que não gosto,de nome solidão.

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