quinta-feira, 11 de março de 2010

Notívago

Eu sou um punhado de fragmentos.
Tenho coração apunhalado sem ser vampiro.
Condenado ao torpor e à escuridão.
Não ver a luz do dia.
Trevas.
Relâmpagos.
Nenhum cordel a ser proferido.
O facão arrasta na terra.
Fragmentos espalham-se no ar.
Fogueira em brasa.
Fumaça que faz dispersar.
Alguém sabe uma canção de ninar?

4 comentários:

  1. Haverá nesse acalanto minha sinfonia triunfante, pergunta-me meu encanto por esses compassos sem fim...
    Abraço,
    Marcos

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  2. Vampiro poeta,
    um bom dia para vc!

    Beijo.

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  3. Sei, e canto pra você:


    Como fosse um par que
    Nessa valsa triste
    Se desenvolvesse
    Ao som dos Bandolins...

    E como não?
    E por que não dizer
    Que o mundo respirava mais
    Se ela apertava assim
    Seu colo como
    Se não fosse um tempo
    Em que já fosse impróprio
    Se dançar assim

    Ela teimou e enfrentou
    O mundo
    Se rodopiando ao som
    Dos bandolins...

    Como fosse um lar
    Seu corpo a valsa triste
    Iluminava e a noite
    Caminhava assim

    E como um par
    O vento e a madrugada
    Iluminavam a fada
    Do meu botequim...

    Valsando como valsa
    Uma criança
    Que entra na roda
    A noite tá no fim

    Ela valsando
    Só na madrugada
    Se julgando amada


    Lindo o texto.

    Um beijo

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  4. Um texto crepuscular.

    beijos, Vandré, bom final de semana!

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